Dentro do Varejo, definir os canais de distribuição de sua logística é uma estratégia fundamental não apenas para garantir a qualidade de suas entregas, mas também de conseguir otimizar suas operações e, principalmente, proporcionar uma experiência diferenciada ao comprador.
Afinal, cada vez mais, as cadeias de supply chain precisam se adequar às necessidades do mercado e ao perfil de consumo de seus públicos, o que tem feito que empresas busquem novas alternativas de canais de distribuição, em um processo quase que “personalizado” para cada caso específico.
Para compreender melhor o que são e como funcionam esses canais de distribuição logística no Varejo, falamos com um especialista no tema: Guilherme Juliani é CEO da Moove+, operadora logística que integra o Grupo Flash Courier.
Vamos conferir?
O que são os canais de distribuição logística e quais tipos existem?
De forma conceitual, Guilherme nos explica que os canais de distribuição logística são os pilares fundamentais de uma cadeia de entregas, desde o armazenamento do produto até a sua chegada ao destino final.
“Os canais de distribuição são o que forma a rede de distribuição dos produtos. Existem cinco canais: armazenamento, informação, produto, transporte e o cliente final. Em cada uma dessas etapas, o principal objetivo é levar o produto correto até o destinatário final dentro do tempo prometido. Isso tudo otimizando os recursos”, define o especialista.
Dando continuidade à sua explicação, Guilherme ressalta que, dentro da distribuição logística, estes canais podem ser categorizados em três diferentes tipos.
Ele prossegue: “Na distribuição logística, podemos falar sobre os tipos de canal direto, indireto e o híbrido. No canal direto, a empresa é a única responsável pelo transporte da mercadoria até o cliente final; no canal indireto, existem um ou mais agentes (atacadores, varejistas, distribuidores, por exemplo) que fazem parte do processo para que o produto alcance o destinatário. E o híbrido, como o nome já diz, é uma mistura entre os dois primeiros: a empresa transfere a responsabilidade de entrega para um intermediário, mas ainda tem contato com o cliente final (por meio de central de reclamações, prazos, etc.).”
Quais as vantagens e desvantagens de cada canal de distribuição logística?
Para esta questão, Guilherme reforça o que já destacamos no início do artigo. Ou seja, hoje, antes mesmo da escolha dos canais de distribuição, é preciso que os gestores analisem e avaliem todas as necessidades de seu mercado de atuação.
Segundo o especialista: “Cada tipo de venda tem suas particularidades e, por isso, é preciso compreender o mercado, o produto e o consumidor para definir qual é o melhor canal de distribuição e qual deles trará mais benefícios.”
Ele continua, destacando algumas das principais vantagens de cada canal de distribuição no varejo e nos lista da seguinte forma:
“O canal direto dá mais controle ao lojista ou produtor e permite preços mais baixos, já que não há intermediários, mas também pode dificultar que a empresa alcance um número maior de clientes, já que ela é a única responsável pela distribuição.
O canal indireto tem como principais vantagens a possibilidade aumentar a cartela de clientes e o aumento do volume de vendas. Mas, por outro lado, os custos são maiores, afinal é preciso pagar as comissões aos intermediários.
O híbrido, como mencionado acima, permite que o lojista/produtor tenha controle sobre o processo de venda e contato com o consumidor final, mas sem ter a responsabilidade pela entrega, que fica a cargo de outra empresa. Esse é o modelo mais utilizado pelo e-commerce, por exemplo.”
Como escolher o canal de distribuição logística ideal para seu negócio?
Sem uma “receita pronta”, nosso convidado rebate a questão da necessidade de conhecimento de cada mercado de atuação por parte dos gestores no varejo e complementa com outros fatores indispensáveis.
“Para identificar o melhor canal de distribuição na logística, além de avaliar o mercado em que se atua, é indispensável também levar em consideração as necessidades do consumidor final, o custo-benefício de cada modelo e estudar como cada um deles se adaptaria à rotina da empresa.
Para o varejo, por exemplo, o canal indireto é muito importante, pois é nele que os varejistas atuam como intermediários entre um vendedor/produtor e o cliente final. Com esse modelo de distribuição, o volume de vendas é maior. O modelo híbrido também é interessante, pois, quando a empresa faz a venda por meio de varejos, o vendedor inicial continua sendo quem tem o contato com o cliente final, delegando ao varejista a responsabilidade sobre a venda e envio do produto”, destaca Guilherme.
Como as novas tecnologias podem auxiliar cada canal de distribuição logística?
“Tecnologia em logística faz toda a diferença! Quando aplicadas à rede de distribuição, as tecnologias permitem a otimização das entregas, reduzem a taxa de insucesso e agilizam a operação como um todo. Inovações que já vêm sendo integradas aos processos de distribuição, como frotas inteligentes e sistemas de gerenciamento de armazenamento e de transporte, contribuem com a redução de custos, de erros nas entregas (muitas vezes chegando a zero) e com a satisfação do cliente final”, opina nosso convidado.
E dando prosseguimento à sua visão, Guilherme ainda destaca o papel dessas ferramentas em cada um dos diferentes tipos de canais de distribuição no varejo.
“O canal direto é muito beneficiado por tecnologias como as redes sociais, que permitem que o produtor/vendedor se conecte diretamente com seus clientes. Uma pessoa que faz bolos, bordados ou um pequeno brechó, por exemplo, podem usar as páginas em redes sociais para divulgar seus produtos e alcançar mais pessoas. A distribuição, nesse caso, é feita pelo próprio lojista ou produtor.
O canal indireto, que conta com intermediários, é beneficiado pela sistematização das entregas, a sincronia de dados entre produtor/intermediário realizador da entrega e gerenciamento de armazenamento. Além disso, por meio do código de rastreamento, o consumidor final pode sempre saber onde está sua mercadoria, previsão de entrega, etc., pois esses dados são informados ao longo do processo de distribuição.
Dentro dos armazéns, os equipamentos modernos são muito necessários para reduzir os erros e aumentar a produtividade. Na Moove+, adquirimos esteiras de alta capacidade e estamos em processo de instalação de mais de 200 robôs AGV (veículos auto-guiados). Essa tecnologia permitirá que façamos o trabalho seis vezes mais rápido e com uma porcentagem de erro praticamente nula.
O canal híbrido apresenta as mesmas vantagens do canal indireto, mas, como nesse caso a empresa vendedora transfere a responsabilidade de entrega para outra, mas ainda é quem faz o contato com o consumidor final, as tecnologias de comunicação permitem essa troca, assim como no canal direto”, conclui.
Siga a Intermodal e fique por dentro de mais novidades
A Intermodal South America 2024 está repleta de lançamentos e novidades para o varejo! Vem aí o 2º INTERLOG SUMMIT, a união de dois grandes congressos: a tradicional Conferência Nacional de Logística e a segunda edição do Congresso Intermodal South America, novidade que fomentará discussões do setor de transporte internacional. Saiba mais e compre seu ingresso!
Em resumo, essas foram algumas dicas essenciais sobre os diferentes tipos de canais de distribuição logística no varejo e algumas de suas aplicabilidades práticas. E como bem vimos ao longo do material, ainda que tais conceitos sejam aplicáveis em qualquer empresa, cabe ao gestor, antes de qualquer escolha, conhecer e dominar as particularidades de seu mercado de atuação.
Se você quer mais dicas e informações úteis sobre tudo o que rola no universo logístico, lhe convidamos a seguir nossas páginas no Facebook e Instagram e acompanhar novas publicações, bate-papos, eventos e uma programação completa com especialistas no setor.
Baixe o e-book Logística omnichannel: integração para a comunicação com o cliente abaixo!