Integrar os fluxos logísticos é uma das principais missões da logística moderna. Ao aliar diferentes entregas de embarcadores em uma mesma malha, é possível realizar cortes de custos e aumentar a eficiência do segmento.

O assunto foi debatido durante palestra na Interlog Summit da Intermodal 2023 realizada por Marlos Tavares, CEO da G2L, e Ricardo Dalzotto, gerente de compra de fretes da Ypê.

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As atividades da G2L na otimização do fluxo logístico atual

Fundada em 2018 a partir de um processo de empreendedorismo interno da Gerdau, a G2L cresceu de forma exponencial e está atualmente entre os cinco principais operadores logísticos do país.

Abordando as soluções que a companhia oferece, Tavares destacou que a ideia da operadora foi a de fazer “uma integração de fluxo que pensa e quer conectar os embarcadores”. O especialista resumiu mais desta missão:

“Nossa ideia é fazer isso integrando as rotas rodoviárias dos embarcadores, então é algo diferente, e imagino que vocês ainda não tenham ouvido um operador logístico pensando dessa forma.”

Tavares também abordou alguns dos problemas encontrados na logística hoje, como muitos interlocutores na cadeia, custos elevados, baixa produtividade e competitividade e ineficiência na cadeia como um todo.

“Todo caminhão vazio é uma oportunidade de integração de fluxo que nós perdemos. E quem está pagando essa conta é o embarcador”, observou ele.

Tecnologia a favor da integração entre embarcadores e malha

Destacando números da empresa, o especialista citou que a G2L realizou em torno de 180 mil transportes em 2022, com uma frota de 2500 caminhões passando por 4500 cidades brasileiras, o que representa 79% dos municípios nacionais.

Tavares comentou sobre o uso de dados como um importante aliado neste sentido, já que a informação e as novas tecnologias permitem que as rotas sejam otimizadas, evitando assim o tráfego de caminhões vazios.

“A gente entende que com esse número de informações e essa quantidade de dados podemos ajudar a melhorar o transporte rodoviário no Brasil”, explicou.

Ele complementou: “A ideia é diminuir o frete, fazer o motorista dirigir menos e descansar mais, e a gente poder através de tecnologia fazer uma conexão inteligente integrando os fluxos no Brasil.”

O palestrante citou o acesso à malha do cliente, a análise das principais característica do transporte, o estudo de como conectar essa rede à malha da G2L a partir do algoritmo da empresa, identificando assim as sinergias e juntando os embarcadores, um subindo e outro descendo com a carga para que todos ganhem.

A visão dos embarcadores: case da Ypê

Falando da visão do embarcador, Dalzotto comentou que a Ypê tem como premissa ser parte da cadeia integrada dos fluxos logísticos, o que traz benefícios como menor custo de frete e entregas mais rápidas para diferentes embarcadores.

“No nosso negócio importa muito o custo-benefício na gôndola para o cliente final. Então para nós é super importante encontrar transportadores que nos tragam soluções que permitam que operemos com frete mais competitivo sem abrir mão da qualidade do serviço”, ressaltou ele.

Outro aspecto analisado pelo especialista da Ypê foi o fato de que, com esta integração, é possível que toda a cadeia seja beneficiada, o que inclui os motoristas e demais profissionais que atuam diretamente na cadeia de transportes.

“É importante que o parceiro consiga trazer um preço competitivo, e óbvio que isso passa por um fluxo integrado, ele segue com nossa mercadoria, retorna com outra. Então o caminhão produz mais, o motorista não fica parado, pois vai com uma carga e volta com outra, então a ideia é fazer o transporte produzir mais”, pontuou.

Dados como força motriz da integração de fluxos logísticos

Continuando em sua visão, Dalzotto lembrou que, como embarcadores, a Ypê assina contratos de confidencialidade com operadores como a G2L. 

Desta forma, com as devidas providências de segurança assinadas, é possível utilizar dados tanto do embarcador quanto da transportadora para melhorar o fluxo logístico.

“Eu compartilho meu dado contigo, e você de uma forma muito mais rápida nos ajuda a descobrir onde podemos ser mais competitivos. Isso é bom porque você traz faturamento para sua frota e agiliza seu caminhão, e para mim como embarcador pois consigo extrair o melhor frete para aquela região”, refletiu.

O especialista concluiu: “Mas isso não evita de ter conversas, pois o sistema é bom para o fluxo que já está estabelecido, mas existem as oportunidades de negócios que podem ser desenvolvidos e que eu posso complementar com o fluxo. E o que eu enxergo é velocidade e assertividade.”

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