Existem containers para transporte de mercadorias de diferentes tipos, tamanhos e materiais. Escolher o modelo adequado é essencial na hora de garantir a segurança e a eficiência do transporte.

Ao selecionar o tipo de container, é importante considerar fatores como o tamanho e peso da carga, fragilidade e sensibilidade às condições ambientais.

Para falar sobre os tipos de container para cargas, conversamos com Emerson Vasconcelos, sócio-diretor da TROP Cargo. Continue a leitura para saber mais!

A importância e a função dos containers no transporte internacional

Os containers têm uma importância expressiva no transporte de cargas, afinal, depois que eles começaram a ser utilizados, a atividade ficou muito mais eficiente, segura e econômica. 

Emerson Vasconcelos inicia a entrevista falando sobre os primeiros containers surgiram na década de 1950, em um cenário pós-guerra. Eles eram verdadeiros cofres de aço medindo cerca de 8 pés. 

“Naquele momento se exigia uma evolução na forma de transportar cargas, principalmente para obter uma melhor utilização do espaço nos navios, que até então usavam amplamente os ‘tonéis’”, lembra ele.

Na época, uma questão que foi rapidamente percebida por quem trabalhava com o transporte de containers é que eles podiam ser integrados facilmente a múltiplos modais, como o ferroviário, o rodoviário e o marítimo. 

“Utilizar esse tipo de equipamento proporciona múltiplas vantagens para o transporte geral, podendo ser usados para unitização, acondicionamento de granéis, cargas consolidadas ou constituídas de peças únicas, entre outros”, cita Vasconcelos.

Outra vantagem do uso de containers é a “viabilização da multimodalidade”. “Tornando mais ágeis as operações de transbordo de carga ao longo do percurso, ou seja, permitindo a manipulação e a movimentação mais rápida”, ressalta o especialista.

Outras vantagens da utilização do container elencadas pelo sócio-diretor da TROP Cargo incluem:

  • “Proporcionar um serviço porta-a-porta com a redução dos riscos de danos e avarias às cargas transportadas;
  • Redução dos custos de movimentação, transporte e seguro de carga;
  • Possibilidade de armazenar cargas em áreas abertas e empilhamento de grandes volumes, resultando em uma melhor utilização dos pátios nos portosarmazéns;
  • Garantia de qualidade operacional (padronização, resistência, movimentação, rastreabilidade, segurança aduaneira e redução do tempo de congestionamento);
  • Adaptável para veículos não projetados para o seu uso.”

Os principais tipos de containers

Entre os tipos de containers mais utilizados nos dias de hoje estão os modelos Dry, Refrigerado, Open Top e Flat Rack. Veja a seguir mais de cada um deles:

Dry

O tipo Dry é o mais comum e versátil dos containers. De acordo com Vasconcelos, este modelo está disponível no Brasil nos tamanhos 20 pés, 40 pés e High Cube.

“Possui portas duplas no final para facilitar a estufagem. São utilizados no transporte de mercadorias secas e embaladas em caixas, paletes, sacos ou tambores, como, por exemplo, eletrodomésticos, roupas, alimentos não perecíveis e materiais de construção”, exemplifica o entrevistado.

Ele acrescenta: “O container High Cube (HC) é mais alto que os de 20 e 40 pés e pode carregar uma infinidade de tipos de cargas secas gerais”. 

Refrigerado

Os modelos refrigerados estão disponíveis no Brasil nos tamanhos 20 e 40 pés (entre 6 e 12 metros).

Vasconcelos detalhaa: “Este container possui encaixe para gerador de energia, chão de alumínio, portas de aço reforçadas, além de ser revestida em aço inoxidável”.

“Possuem um sistema de refrigeração integrado, permitindo o controle preciso da temperatura durante todo o transporte. Por isso, são projetados para o transporte de cargas refrigeradas ou congeladas, como alimentos perecíveis e produtos farmacêuticos”, observa.

Open Top

Já o modelo Open Top é usado para transporte de cargas que excedem a altura do container e/ou não podem ser carregadas pelos sistemas de portas tradicionais, como as de grande porte ou que exigem carregamento por guindaste.

Esse equipamento possui teto removível, facilitando o acesso à carga e está disponível nos tamanhos de 20 e 40 pés”, comenta Vasconcelos.

“Quando as medidas ficam dentro do padrão do container são chamados de Carga In Gauge (IG). Quando excedem a altura são Out of Gauge (OOG). Os valores de frete são diferentes”, acrescenta.

Flat Rack

O tipo Flat Rack é usado no transporte de cargas volumosas e pesadas, como maquinários, equipamentos e veículos. 

“Possuem laterais dobráveis e não têm teto, o que facilita a estiva e permite carregar cargas que excedam as dimensões dos containers tradicionais, tanto na largura quanto na altura”, ressalta.

Vasconcellos informa que, além dos que foram especificados, existem ainda outros tipos de containers, como:

  • Container Bulk (graneleiro);
  • Container Tanque;
  • Plataforma;
  • Open Side;
  • Container Ventilado.

Checklist para escolher o container para cargas

Segundo Vasconcelos, vários fatores impactam na hora de fazer a melhor escolha de container para uma determinada carga. 

Algumas dicas iniciais para estruturar o checklist para a escolha do container ideal podem conter:

Adequação do tipo de carga

Sobre a adequação do tipo de carga a ser transportada, o especialista dá dicas:

Para afunilar o leque de opções dos tipos de container, podemos começar respondendo os dados da carga, ou seja, identificar se é unitizada, sólida, líquida, a granel, carga projeto (com dimensões fora do padrão do container dry)”, cita.

Outros quesitos importantes de serem avaliados incluem a fragilidade da carga, se ela é ou não sensível à temperatura, se é volumosa e/ou pesada.

“Identificar a sensibilidade com relação a temperatura e, com isso, definir se é necessário um container reefer ou não”, destaca.

Dimensões e capacidade

É preciso também estar atento às dimensões e a capacidade dos containers.

“Com a informação do peso e dimensões, será possível identificar o tamanho do container necessário para sua carga e ainda verificar se há necessidade ou não de containers Open Top ou Flat Rack, por exemplo”, explica Vasconcelos.

Embalagem e acondicionamento

Vasconcelos relembra que, embora a logística esteja sempre mudando e melhorando seus processos, nem sempre será possível utilizar a metragem cúbica máxima do container na totalidade.

Tenha em mente algumas perguntas como: ‘Minha carga é empilhável? Se estiverem em caixas sobre paletes, quantas pilhas de caixas posso colocar sem que a embalagem da fileira base seja danificada?’”, orienta o diretor da TROP Cargo.

Ainda segundo ele, é preciso definir a embalagem primária da carga, como, por exemplo, sacos, caixas e/ou paletes. 

“A partir dessa informação, será possível focar no melhor container e na melhor forma de estufá-lo”.

Outras questões ainda dizem respeito à identificação correta da carga e se ela é ou não uma carga projeto.

“A identificação correta do volume da carga garantirá a definição do melhor tamanho do container e, com isso, seus respectivos valores de frete”, ressalta.

Para seguir aprendendo sobre o tema, veja agora nosso material sobre os tipos de containers marítimos e suas aplicações!