O transporte ferroviário na Europa passou por uma revolução significativa com a implementação do Sistema Europeu de Gestão do Tráfego Ferroviário (ERTMS).
Tal inovação tecnológica visa resolver problemas históricos de interoperabilidade e melhorar a segurança e eficiência das redes ferroviárias no continente.
Para saber mais sobre o sistema utilizado para o gerenciamento de ferrovias na Europa, continue conosco!
O que é o Sistema Europeu de Gestão do Tráfego Ferroviário (ERTMS)?
O European Railway Traffic Management System (ERTMS) é um sistema de controle de tráfego ferroviário desenvolvido para substituir os diversos conjuntos de gestão e controle de trens na Europa.
Com a implementação iniciada em 1998 e concluída em 2011, o é gerido pela a Agência Ferroviária da União Europeia (ERA).
Ele foi projetado para permitir uma operação uniforme e segura dos trens através das fronteiras europeias.
Sendo assim, um dos principais objetivos do ERTMS é possibilitar a interoperabilidade entre diferentes redes ferroviárias.
Como o ERTMS se diferencia dos sistemas anteriores?
Historicamente, cada país europeu desenvolveu seus próprios sistemas de controle de trens, resultando em até 14 padrões nacionais distintos. Essa diversidade impediu a expansão e integração das redes ferroviárias.
O ERTMS unifica todos os sistemas, proporcionando um padrão comum que facilita a operação de trens em múltiplos países. Isso ocorre sem a necessidade de mudar o equipamento ou realizar ajustes significativos.
Como o ERTMS melhora a segurança e eficiência ferroviária?
O ERTMS aumenta a segurança ferroviária ao fornecer um sistema de proteção automática de trens (ATP).
A partir de softwares e ferramentas de gestão, os técnicos do ERTMS supervisionam continuamente a velocidade e o movimento dos veículos, prevenindo colisões e descarrilamentos.
Além disso, a comunicação contínua e precisa entre trens e centros de controle ocasiona uma operação mais eficiente, com melhor gestão do tráfego e redução de atrasos.
Problemas que o ERTMS visa resolver
Ao implementar o ERTMS, os países europeus pretendem resolver alguns problemas comuns no transporte ferroviário da região. Os principais deles são:
Interoperabilidade
O principal problema que o ERTMS visa resolver é a falta de interoperabilidade entre os sistemas ferroviários europeus.
A diversidade de padrões nacionais dificultava a operação de trens entre diferentes países, resultando em ineficiências e altos custos operacionais.
Segurança
A segurança também é uma preocupação central. Os sistemas antigos de controle de trens nem sempre eram capazes de prevenir acidentes de forma eficaz.
O ERTMS, com seu sistema de proteção automática, oferece um monitoramento mais rigoroso e respostas rápidas a situações de risco.
Eficiência
A eficiência operacional é outra área de melhoria. Com o ERTMS, as informações sobre a posição dos trens e as condições das vias são transmitidas em tempo real.
Dessa forma, há uma melhor coordenação e utilização dos recursos ferroviários, com base em análises estratégicas.
Principais componentes do ERTMS e suas funções
O ERTMS conta com diferentes componentes, entre os quais se destacam:
European Train Control System (ETCS)
O ETCS é o coração do ERTMS, um sistema de proteção automática que substitui os sistemas ATP nacionais.
Ele monitora a velocidade e a localização dos trens, garantindo que eles operem dentro dos limites seguros.
Global System for Mobile Communications – Railway (GSM-R)
O GSM-R é um sistema de rádio baseado no GSM, adaptado para uso ferroviário.
Ele permite a comunicação contínua entre trens e centros de controle, transmitindo dados vitais para a operação segura e eficiente dos trens.
Balise Transmission Module (BTM)
O BTM é responsável por transmitir informações entre o trem e as balizas instaladas ao longo da via.
Essas balizas fornecem dados sobre a localização e as condições da via, que são essenciais para o controle preciso do trem.
Central Control Terminal (CTT)
Há ainda o CCT, a interface principal para os operadores de tráfego ferroviário.
Ele coleta e processa dados de vários sensores e sistemas, permitindo que os operadores tomem decisões informadas sobre a gestão do tráfego.
Global Positioning System (GPS)
Embora não seja um componente exclusivo do ERTMS, o GPS é integrado ao sistema para fornecer dados precisos de localização.
A principal função do GPS é complementar as informações obtidas através das balizas e outros sensores.
O papel da interoperabilidade no ERTMS
A interoperabilidade é fundamental para o ERTMS, pois permite que trens de diferentes países operem sem problemas em redes ferroviárias distintas.
Essa característica é crucial para a eficiência do transporte ferroviário na Europa, reduzindo os custos e aumentando a flexibilidade operacional.
A interoperabilidade facilita o transporte internacional de mercadorias e passageiros, promovendo o comércio e a mobilidade entre os países europeus.
Ela também contribui para a competitividade do transporte ferroviário em relação a outros modos de transporte, como o rodoviário e o aéreo.
Diferenças entre o ERTMS e o Sistema de Controle de Trens (SCT) no Brasil
O Sistema de Controle de Trens (SCT) utilizado no Brasil é mais fragmentado e varia entre diferentes operadores ferroviários.
Ao contrário do ERTMS, que é um padrão unificado para toda a Europa, o SCT, no Brasil, não possui um sistema de proteção automática tão avançado.
Acredita-se que a implementação de um sistema unificado como o ERTMS no Brasil poderia trazer inúmeros benefícios, incluindo maior segurança, eficiência operacional e redução de custos.
A interoperabilidade também facilitaria o transporte de mercadorias e passageiros em um país de dimensões continentais como o nosso.
Para refletir mais sobre o transporte ferroviário no Brasil, leia o nosso artigo que apresenta as perspectivas do setor, na visão de renomados especialistas!