“Otimizar a reposição de estoque engloba vários pontos importantes, mas o primeiro passo é entender qual é a real necessidade do estoque para a empresa. De nada adianta dizer que o ideal é ter estoque zero, pois, as realidades podem ser diferentes até mesmo em companhias da mesma área”, opina Jonis Segabinazzi de Campos, docente do curso Técnico em Logística do Senac EAD.
Segundo o professor, para otimizar estoques, é preciso que as empresas se apoiem em um tripé-chave, do qual fazem parte as pessoas, o conhecimento e as tecnologias.
Ele afirma que, quando esses três elementos trabalham com sinergia, as empresas terão mais planejamento, controle, direção e organização em seus estoques.
Veja, a seguir, mais orientações trazidas pelo docente, sobre como otimizar a reposição de estoque.
A importância da gestão de estoque eficiente
Na visão de Campos, a gestão de estoque eficiente é compreendida como o atendimento de insumos e a produção ou entrega de produtos de forma suficiente para atender as necessidades dos clientes.
Assim, para ser eficiente a premissa é não perder venda e/ou entrega do produto, satisfazendo o consumidor.
Para que isso seja alcançado, o especialista aconselha:
“Indiferentemente de estar atuando em uma grande cadeia integrada ou em uma pequena empresa de logística, os sistemas de controles para acompanhamento das entradas e saídas, metodologias de codificação/cadastro, o controle do giro do estoque, o treinamento das equipes de trabalho, uso de inventários e a integração entre os setores serão a base para o alcance da gestão de estoques eficiente”.
As estratégias de reposição de estoque
Os estoques representam um dos ativos mais importantes do capital circulante no Balanço Patrimonial e da posição financeira de uma empresa.
Assim sendo, de acordo com Campos, as estratégias utilizadas na reposição do estoque surtirão efeitos que representam muito para a saúde financeira e sobrevivência da organização.
Para o docente de logística, as estratégias de reposição de estoque eficientes precisam considerar 7 fatores. São eles:
- Marketing da empresa: o investimento em estoques será definido pelas políticas de marketing, determinantes chaves para administração do estoque mínimo para atendimentos e as necessidades do ponto de ressuprimento;
- Planejamento de inventários: nele considera-se a identificação de quantidades a serem adquiridas e a dimensão temporal;
- Custo de manutenção do estoque: permanecer em mercados de alta concorrência requer muito planejamento e controle dos custos, tais como o custo de capital investido, os impostos, os seguros, o custo de obsolescência, a armazenagem e a aquisição;
- Políticas de gerenciamento de estoques: são inseridas de acordo com as tendências e acontecimentos no mercado ao qual a empresa está inserida. Considera-se, nesse momento, os canais de distribuição e as capacidades físicas e financeiras para atendimento das demandas, com um olhar atento aos históricos de informações detalhados por sistemas de informações;
- Tipos de estoques: essa informação é condizente ao tipo de negócio que a empresa está ligada. Assim, os tipos de estoque a serem trabalhados podem ser de produtos acabados, mercadorias para revenda, produtos em elaboração, matérias-primas, materiais de acondicionamento, materiais auxiliares, materiais de manutenção e suprimentos gerais;
- Armazenagem: administrar espaços para manter estoques envolve uma série de observações, como por exemplo: localização, dimensões da área, o layout, equipamentos que serão usados para a movimentação e acomodação (sistemas de armazenagem), sistemas informatizados para a gestão dos estoques e pessoas disponíveis para cada função;
- Movimentação: será determinada pelo custo e a rapidez, pela manutenção da integridade da carga, confiança e atendimento aos prazos. A movimentação engloba desde sistemas simples até os mais sofisticados, ocorrendo de forma interna e ou externa. Poderá dispor, ainda, de frota própria ou terceirizada, contando com o uso de determinado modal e/ou múltiplos modais.
Dicas para otimizar a reposição de estoques
Perguntamos a Campos quais as dicas ele daria para empresas que desejam otimizar a reposição de estoque. O professor listou as seguintes orientações:
- determine as políticas que devem ser usadas na empresa com relação aos estoques;
- organize os procedimentos de compras, desenvolvendo fornecedores e avaliando o processo;
- observe seus custos, receitas e então determine uma prática orçamentária para os estoques;
- controle o volume através do giro de estoque e Curva ABC;
- utilize sistemas de informações para controle, aferição, produção de relatórios e avaliação de indicadores;
- adote um sistema de inventário como prática da empresa; e
- compartilhe com as pessoas envolvidas o objetivo das ações implementadas, treine-as e acompanhe sua evolução.
O uso de novas tecnologias na gestão do estoque
No entender de Campos, as ferramentas tecnológicas são indispensáveis e o que muitos empresários viam como custo, em um passado nada distante, hoje é chamado de investimento.
“A modernização nos processos logísticos trouxe o desenvolvimento de muitas ferramentas tecnológicas, em especial: WMS (Warehouse Management System ou Sistema de Gerenciamento de Armazém), RFID (Radio Frequency Identification ou Identificação por Radiofrequência), TMS (Transportation Management System ou Sistema de Gerenciamento de Transportes) e SRM (Supplier Relationship Management ou Gestão de Relacionamento com Fornecedores)”, diz o professor.
Além disso, Campos conta que existem muitas empresas que desenvolvem internamente seus sistemas, mesmo que existam significativas ofertas que o mercado das tecnologias da informação disponibiliza.
A tecnologia tem sido uma grande aliada das empresas nos processos de reposição de estoques. Quer saber mais sobre o assunto? Então, baixe agora o nosso white paper que explica tudo sobre como funciona um armazém inteligente.