As conexões entre o transporte ferroviário e portuário se desenvolvem cada vez mais e visam melhorar os processos logísticos, no que se refere à exportação de produtos e também no suprimento das necessidades do mercado interno.

Sobre esse assunto, conversamos com o Vicente Abate, que é presidente da Associação Brasileira da Indústria Ferroviária (ABIFER) e conselheiro do Instituto de Engenharia (IE).

Para compreender mais sobre as conexões entre o transporte ferroviário e portuário, prossiga com a leitura!

A coexistência entre o transporte ferroviário e portuário

Em qualquer lugar do mundo, o transporte ferroviário está intimamente ligado ao sistema portuário, tanto no sentido das exportações, como no sentido contrário. E, isso não é diferente no Brasil”, explica Abate, ao falar sobre a coexistência entre o transporte ferroviário e portuário.

Logo, na visão do especialista, um meio de transporte depende do outro. Juntas, as duas modalidades se complementam e possibilitam melhores resultados nos processos logísticos.

Principais linhas de transporte ferroviário para exportação portuária no Brasil

Questionamos Abate sobre as principais linhas de transporte ferroviário para exportação portuária no Brasil. O membro do IE nos respondeu citando as principais ferrovias ligadas a portos em nosso país. São elas:

  • Ferrovia Norte-Sul em direção aos Portos do Arco Norte (Itaqui) e do Sudeste (Santos). Operada pela Rumo (Tramo Centrai) e pela VLI (Tramo Norte);
  • EF Carajás da Vale, da mina no Pará ao Porto de Ponta da Madeira (MA);
  • EF Vitória a Minas da Vale, da região de Belo Horizonte ao Porto de Tubarão em Vitória, conexão também utilizada pela VLI desde o Centro-Oeste;
  • Rumo Malha Norte e Malha Paulista, desde Rondonópolis (MT) até o Porto de Santos. VLI e MRS também chegam a Santos, vindas de Campinas e Pederneiras, respectivamente;
  • Rumo Malha Sul, do Oeste do Paraná e de Santa Catarina até os Portos de Paranaguá e de São Francisco do Sul, respectivamente. Há também ligação com o Porto de Rio Grande (RS);
  • MRS, da região de Belo Horizonte para os Portos de Sepetiba (RJ) e de Santos;
  • FTL (Ferrovia Transnordestina Logística), de Itaqui (MA) a Fortaleza (CE);
  • FTC (Ferrovia Tereza Cristina) do Porto de Imbituba (SC) à Usina Jorge Lacerda (SC); e
  • FIOL 1 da BAMIN, de Caetité (BA) ao Porto de Ilhéus (BA). Entrará em operação em 2026.

Investimentos em novas linhas férreas para atender as demandas dos portos

Dada a relevância das conexões entre o transporte ferroviário e portuário, vários projetos do tipo estão em andamento.

Abate elencou alguns dos principais:

  • FERROGRÃO (a ser leiloada) de Sinop (MT) ao Porto fluvial de Miritituba (PA). Seguirá  aos Portos de Santarém e Barcarena no Pará;
  • FICO 1, de Água Boa (MT) a Mara Rosa (GO). Seguirá pela FNS até Figueirópolis e entrará nas futuras FIOL 2 e 3 até o Porto de Ilhéus, através da FIOL 1;
  • TLSA (Nova Transnordestina , em construção) desde Elizeu Martins (PI) até os Portos de Pecém (CE) e de  Suape (PE);
  • NOVA FERROESTE, desde Maracaju (MS) até o Porto de Paranaguá (250 km já construídos, de Cascavel a Guarapuava);
  • EF 118 (Vitória ao Rio de Janeiro). Primeiro trecho já previsto para ser construído pela Vale (de Cariacica a Porto Anchieta (ES). Há previsões de passar pelo futuro Porto Central (ES) até o Porto do Açu (RJ). 
  • entre outros.

Sem dúvida, os projetos de conexões entre o transporte ferroviário e portuário melhoram muito os processos logísticos. Por isso, estar atento a eles é importante para quem trabalha na área.

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