O transporte cold chain, ou cadeia de frio, é um processo logístico que garante a conservação de produtos que necessitam de temperatura controlada ao longo de toda sua cadeia de suprimentos.
Essa é uma atividade crítica para as indústrias que dependem do transporte de produtos como alimentos, medicamentos e materiais biológicos que podem perder sua qualidade e segurança se não forem mantidos em condições ideais de temperatura.
Com a crescente demanda por tais produtos em todo mundo, o transporte cold chain se tornou uma área de extrema importância para a indústria logística.
Nesta edição do Papo em Movimento, conversamos com Celso Peyerl e Evandro Calanca, respectivamente diretor de operações e diretor geral para o Cone Sul da Emergent Cold. Veja mais do que eles falaram sobre o assunto abaixo!
Crescimento do segmento e os obstáculos atuais
Logo no início da conversa, Calanca explicou sobre como a indústria cresceu de forma desordenada, o que acarretou em novos desafios enfrentados hoje.
“Essa indústria é muito fragmentada, tendo sido construída há vinte ou trinta anos, e infelizmente como muitas coisas no Brasil foi feita de maneira desorganizada e sem planejamento de longo prazo”, pontuou.
O diretor geral prosseguiu: “Então não foram considerados o crescimento da população, áreas de maior demografia, e hoje chegando em 2023 e vemos que é uma cadeia que está desconectada e sem integração.”
Segundo Peyerl, um dos aspectos que está colaborando para a superação de tais obstáculos são as tecnologias, que, em suas palavras, vão “desde os controles mais simples, como a própria temperatura, até outros mais complexos, como produtos que são usados em todo o processo e que são inflamáveis ou explosivos.”
Ele continuou: “Se uma carga sai do Brasil para a Europa, ela precisa durante todo o caminho ser monitorado, então temos monitores acoplados nos contêineres e que verificam a todo instante a qualidade do material, para garantir que o consumidor final receba o produto com a mesma característica que ele saiu aqui do Brasil.”
Rastreabilidade e novas tecnologias para a cadeia de frio
Outro aspecto reforçado pelos especialistas da Emergent Cold foi o acompanhamento de todo o processo. Para Calanca, com o uso das inovações, “os clientes podem saber onde o material é criado, onde é o abatedouro, a cadeia refrigerada e até a exportação, o que dá a famosa rastreabilidade.”
Na visão do especialista, já existem ferramentas que propiciam esses resultados. Ele acrescenta que “o grande desafio agora é integrar a produção, a logística – tanto armazenagem quanto transporte – com outros modais, como navio e trem, tanto para importação quanto exportação.”
Peyerl aproveitou para citar algumas dessas tecnologias já utilizadas na cadeia de transportes refrigerados e setores relacionados na atualidade.
“Nós temos equipamentos que se recarregam sozinhos, a integração dos centros de distribuição com os transportes de maneira mais fácil, cargas automatizadas, seleção”, exemplificou o diretor de operações da Emergent Cold.
Ele continuou: “A rastreabilidade dos veículos também é extremamente importante, e assim como outras áreas de transporte é uma que não parou de evoluir, e vemos que ainda há espaço para crescimento da cadeia do frio.”
O cenário da cadeia de frio para o futuro próximo
De acordo com Calanca, o cenário hoje já é muito mais avançado em comparação com poucos anos atrás, mas que ainda há espaço para novas soluções
“O monitoramento e o controle de qualidade é muito mais bem feito hoje, e nosso sonho como empresa é integrar essa cadeia de produtores, armazéns e logística, e uma logística que não depende tanto do transporte rodoviário, mas também do ferroviário e marítimo”, disse.
Ele concluiu: “E para isso funcionar você precisa ter essa tecnologia embarcada para consolidar tudo.”