Desde o início desta década, a Black Friday tornou-se a data de vendas mais esperada pelo e-commerce no mundo todo. A cada ano, a promoção fica maior e hoje abrange não apenas as vendas pela internet, mas também as lojas físicas, bem como o ramo de prestação de serviços.

Nos últimos dois anos, devido à pandemia da Covid-19, a BF cresceu como nunca. E agora, mesmo com a pandemia mais arrefecida, a tendência é de alta. Para o consumidor, uma festa. Quem não curte avançar a madrugada na frente do computador ou com o celular na mão esperando aquele preço camarada para o produto que vem namorando há tempos? E no dia seguinte continuar pesquisando? Confesse, você já fez isso.

Para os pequenos lojistas virtuais, a BF representa a chance de conquistar novos clientes, vender mais que o normal. As grandes operações, por sua vez, fazem promoções agressivas para girar seus estoques e vender aqueles itens parados há tempo em seus depósitos e centros de distribuição. Todos têm objetivos na BF.

Também ano após ano, cresce a oferta de produtos e vendedores na internet. Como consequência, aumenta a exigência por preços competitivos e serviços logísticos de qualidade. São dois fatores determinantes para que a empresa mantenha sua competitividade.

A análise é simples: suponha que você encontre uma ótima oferta do produto que procura durante a Black Friday e, naturalmente, compre o produto. E digamos que o pedido demore mais tempo que o previsto para chegar. É quase certo que você vai expressar sua insatisfação nas redes sociais, sites de reclamação e para quem mais conseguir. Possivelmente, não vai pensar em comprar novamente deste vendedor, que terá um cliente a menos. Isto é: de nada adianta ser competitivo em preço e ter um serviço logístico ruim. E por que isso pode acontecer? Pelo não preparo do lojista para o maior volume de vendas que a BF traz.

Para contornar isso, três dicas são importantes. Vamos ver?

1 – Aumentar as opções de entrega

Fora das datas sazonais, o mais comum é que as lojas tenham contrato com os Correios e mais uma ou duas transportadoras. É preciso lembrar que os transportadores também possuem um aumento de serviço nesta data. Portanto, ao cotar um frete, é bem possível que os prazos usuais sejam maiores que nos dias normais, o que espanta consumidores.

É preciso oferecer mais opções. Assim, contratar mais transportadoras apenas para essa época ou um hub de transportadoras são as soluções mais interessantes. Ou seja, ao cotar o frete, o cliente não irá ter apenas as duas ou três opções de praxe, contará com mais algumas, com vários prazos e preços. E isso faz muita diferença para o clique de fechar o pedido.

2 – Ter uma integração estável e rápida no cálculo do frete

Normalmente, as pessoas comparam em vários vendedores as condições do produto que desejam adquirir. Preço, imagens, descrições e opções de frete. Em relação ao frete, comparam preços e prazos, a depender do que desejam.

Assim, é fundamental que a plataforma e a integração com as transportadoras – ou o hub de transportadoras – sejam rápidos e eficientes. Aqui entra uma questão técnica que os fornecedores têm de garantir: na BF o volume de acessos à loja virtual e as cotações de frete aumentam além do normal. E essas plataformas precisam aguentar o tranco e responder no tempo habitual. Nenhum e-consumidor quer esperar mais de cinco segundos para saber o valor do frete ao informar seu CEP.

3 – Embalagens otimizadas

Consolidar volumes ajuda a ter um preço de frete mais competitivo. Isso significa ter embalagens adequadas a cada tipo de produto, evitando armazenar produtos em embalagens maiores do que o necessário, o que encarece o frete.

Também é normal que clientes peçam mais de um produto no mesmo pedido. Assim, a plataforma deve ter recursos de consolidação de volumes de embalagens, permitindo o cadastro de várias embalagens, com seus pesos e medidas, de modo que, ao cotar o frete ou fechar o pedido, a plataforma já selecione a embalagem mais apropriada para os produtos, agrupando itens dentro de uma mesma embalagem (igual ao jogo Tetris).

Portanto o bom uso da tecnologia ajuda o lojista a converter vendas. Todas as etapas da venda online dependem de logística eficiente – e boa tecnologia – para funcionar bem. O uso destas tecnologias ajuda o lojista não apenas na Black Friday, mas para todos os dias do ano.

 

* Luciano Furtado Corrêa Francisco é graduado em Processamento de Dados pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), graduado em Administração pela FAE Business School (Curitiba), com Pós-Graduação em Redes e Sistemas Distribuídos pela PUC/PR e Pós-Graduação em Formação Docente para EAD pelo Centro Universitário Internacional (Uninter), onde atualmente é professor e pesquisador, atuando principalmente nos cursos de Gestão do E-Commerce e Sistemas Logísticos e no curso de Logística.