Durante a pandemia, houve um aumento significativo de recursos nas economias globais, especialmente na economia americana. Isso resultou em maior demanda e pressão nas cadeias de suprimento, levando a um aumento considerável da inflação e das taxas de juros. Esses fatores têm gerado incertezas para o mercado exportador brasileiro.
Diante desse cenário, é essencial analisar as consequências desses eventos e compreender os desafios específicos enfrentados pelos exportadores brasileiros. Isso nos permitirá desenvolver estratégias eficazes para mitigar os impactos e navegar na atual instabilidade econômica.
Os salários dos trabalhadores americanos não acompanharam a inflação, o que afetou o poder de compra das famílias. Além dos preços da gasolina e dos alimentos, outros itens, como habitação e transporte também tiveram aumentos significativos.
Apesar do ajuste econômico em andamento nos Estados Unidos, espera-se que, com a chegada da primavera no Hemisfério Norte, o apetite de compra se recupere. Isso poderá reduzir os estoques existentes e abrir espaço para novas compras de produtos da indústria exportadora brasileira.
Acreditamos que o Brasil tem o potencial de retomar os níveis de exportação anteriores à pandemia. No entanto, para alcançar esse crescimento, é fundamental a redução dos estoques nos Estados Unidos.
Ainda há importadores americanos com estoques suficientes para atender a demanda por mais de seis meses, e esses estoques estão precificados considerando os valores do frete durante a pandemia.
Outro desafio enfrentado pelos produtos brasileiros é a concorrência dos fornecedores asiáticos, principalmente da China. A rota transpacífica que apresenta um grande volume de navios já opera com níveis de frete próximos dos três dígitos.
Todavia, muitos clientes dos produtos brasileiros acreditam que os Estados Unidos precisam reduzir a dependência do fornecimento chinês e desenvolver fornecedores nas Américas, além de fortalecer o mercado interno.
No DNA de todo exportador brasileiro está a determinação de nunca desistir, mesmo diante das adversidades para produzir e se manter competitivo no mercado internacional.
(*) Rodrigo Viti é diretor comercial do Grupo Allog.