Há uma expectativa de que a locomoção de cargas e passageiros mais do que dobrará até 2050. Em meio a esse cenário, os trens estão ganhando relevância, principalmente com o surgimento das chamadas ferrovias 4.0.

O uso de trens tende a aumentar, tendo em vista que o transporte ferroviário demanda menos energia e emissões de CO2 no ambiente. As novas tecnologias, como a IoT e o Big Data tornam o modal ainda mais eficiente e interessante.

Foi sobre esse tema que conversamos com Alessander Boslooper, CEO do Grupo Boslooper, empresa que já executou projetos de ferrovias e instalação de tecnologia embarcada em locomotivas.

O empresário também faz parte do Comitê de Mobilidade da Associação Brasileira de Internet das Coisas (ABINC).

Veja, a seguir, as novidades que ele nos contou acerca das ferrovias 4.0!

As tecnologias de IoT e Big Data nas ferrovias 4.0

A IoT, ou internet das coisas, em português, faz parte da revolução tecnológica que está modificando o transporte ferroviário no mundo.

O monitoramento de dados, por meio das ferramentas de Big Data, também contribui para o surgimento das ferrovias 4.0.

Sobre a utilização dessas tecnologias no modal ferroviário, Boslooper comenta que: “Alguns sistemas não tinham comunicação com nada, ou seja, não havia monitoramento supervisionado ou supervisão remota de nenhum equipamento de campo.”

Ele continua: “Com a chegada da IoT, foi possível colocar alguns sensores para medir a tensão de bateria, verificar se o painel solar está mandando corrente para a bateria e saber o status do equipamento, se ele está ligado ou não etc. Tudo instalado ao longo da linha.”

Benefícios do uso de IoT e Big Data nas ferrovias 4.0

Questionado sobre os benefícios da IoT e do Big Data no setor ferroviário, Boslooper afirmou haver otimização do trabalho dos técnicos e também a economia financeira das empresas administradoras. Ele comenta:

“Antes, a estrutura de operação fazia com que os técnicos de campo tivessem que passar uma vez por mês em cada um dos equipamentos e sistemas para verificar se eles estavam funcionando ou não. No caso, estamos falando de ativos de campo. A mesma coisa se emprega a locomotivas, que hoje têm diversos tipos de comunicação no meio da linha”.

Ele complementa dizendo que: “O conceito geral do aproveitamento da IoT e do Big Data, com um monte de ativos que está em campo é muito simples! É a economia de combustível aliado a um trânsito mais rápido.”

Desafios para a implementação das ferrovias 4.0 no Brasil

Perguntamos para Boslooper quais são os principais desafios para a implementação das ferrovias 4.0 no Brasil. 

Nesse sentido, o especialista elogiou muito o cenário nacional e comentou que estamos bem avançados nesse processo, inclusive estando à frente de países mais desenvolvidos.

“Diante do cenário brasileiro e mundial, como eu já visitei ferrovias fora do Brasil, acho que estamos muito bem posicionados em termos de tecnologia. O maior projeto do mundo de tecnologia embarcada, que é o Trip Optimizer, da General Electric, foi feito no Brasil”, opina.

Espera-se que os novos recursos tecnológicos ganhem ainda mais força no modal ferroviário nos próximos anos. As ferrovias 4.0, portanto, já são uma realidade!

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