Se você acompanha os noticiários, já deve saber que a inflação atual do Brasil é uma das maiores dos últimos anos.

Para se ter uma ideia, de acordo um estudo elaborado pelo Departamento de Custos Operacionais e Pesquisas Técnicas e Econômicas (Decope), da NTC&Logística, o ano de 2021 registrou os maiores índices de inflação média dos últimos anos no setor de carga lotação, alcançando a média de 27,65%

A situação é preocupante, principalmente para as transportadoras e outras empresas do setor de logística. Por isso, é preciso acender o sinal de alerta e buscar meios para atenuar os impactos da inflação no aumento do valor do frete.

Anderson Souza Brito, CEO da Revhram e especialista em câmbio, finanças e banking conversou conosco sobre esse assunto. Veja, a seguir, as opiniões do executivo!

Formas como a inflação impacta no aumento do valor do frete

Segundo Brito, a tabela de preços mínimos de frete é determinada pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). As atualizações são realizadas a cada seis meses e levam em consideração fatores que estão diretamente relacionados à inflação.

“A ANTT considera parâmetros mercadológicos que representam 80% do custo total do transporte. São eles: o preço do óleo diesel S10, o salário dos motoristas, o preço do pneu e o valor de aquisição do veículo-trator. Para as demais variáveis que influenciam no custo de transporte, a ANTT atualiza os valores pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA)”, explica o CEO da Revhram.

A instabilidade de preços como um fator de preocupação para as transportadoras

O aumento do frete gera impactos para todos os consumidores, de forma geral. Afinal, esse valor precisa ser repassado e provoca reajustes nos preços dos alimentos, dos combustíveis, das peças de vestuário, dos medicamentos, entre outros itens básicos para a sociedade.

Para as transportadoras e empresas do campo logístico, no entanto, a preocupação é ainda maior. Isso porque, se não estiverem bem amparadas juridicamente, podem ter que encarar perdas devastadoras.

Brito explica: “As transportadoras possuem contratos a serem cumpridos e, se a variável frete não estiver relacionada aos seus compromissos, elas poderão ter que assumir esses aumentos, correndo risco de grandes prejuízos”.

Soluções para as transportadoras amenizarem os impactos do aumento do frete

As transportadoras precisam ter um planejamento estratégico bem consolidado e estruturado, para se prevenir contra riscos e evitar prejuízos por conta das instabilidades no valor do frete.

Na visão de Brito, a melhor maneira de fazer isso é proteger-se juridicamente, elaborando contratos que não obriguem a empresa a assumir aumentos não previstos, como os gerados pelo atual conflito entre Rússia e Ucrânia.

Nas palavras do especialista: “As empresas de logística devem adotar procedimentos e ferramentas jurídicas em seus contratos, para que não possam assumir variáveis que não estão previstas, uma vez que há o aumento do barril do petróleo a cada momento. Por conta da guerra entre Rússia e Ucrânia, por exemplo, os preços da gasolina e do diesel sofrerão aumentos desproporcionais”.

Infelizmente, controlar a inflação é algo que foge do controle das empresas de logística. Logo, a melhor maneira de se proteger do aumento do valor do frete é agir estrategicamente, de acordo com os cenários político e econômico de cada momento.

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