Assim como outros setores da economia, a logística aérea sofreu com os efeitos da atual pandemia. Consequentemente, as empresas precisaram tomar ações emergenciais e criar estratégias para manterem as suas operações.
Em meio a um horizonte de incertezas, mudanças repentinas e riscos de uma crise global sem precedentes, o que se pode esperar da logística aérea no pós-pandemia?
Para tentar esclarecer esse cenário e contar um pouco dos desafios da logística aérea no país, contamos com a participação de Diogo Elias, diretor da LATAM Cargo Brasil e especialista no assunto. Confira!
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Como a logística aérea foi impactada pela crise?
Ainda que boa parte dos voos tenha sido retomada no mundo, ainda é cedo para prever a normalização completa do setor.
Fronteiras fechadas para o turismo e risco de novas ondas de Covid-19 dificultam ainda mais essa previsão, o que suscita buscas por alternativas e adaptações das empresas nesses dias.
Elias nos conta um pouco sobre como a empresa que representa está agindo nesse cenário e quais mudanças foram mais visíveis.
“Desde o início da pandemia a LATAM Cargo mantém todas as suas operações cargueiras no mercado doméstico brasileiro em aeronaves de uso exclusivo de cargas e no compartimento de bagagem dos aviões destinados ao transporte de passageiros”, explica.
E complementa: “Em virtude da redução da malha aérea de forma geral, a companhia também ampliou a sua capacidade cargueira com a utilização de aeronaves de maior porte para destinos estratégicos no país e a adaptação da cabine superior de aeronaves destinadas ao transporte de passageiros para acomodar exclusivamente cargas aéreas”.
Elias também destaca ações realizadas pela empresa para auxiliar no combate à pandemia, como uma megaoperação que envolveu o transporte de 250 milhões de máscaras cirúrgicas e N95, monitores, respiradores e outros insumos hospitalares.
Sobre a participação internacional e algumas ações tomadas pela empresa no período, o executivo aponta a readequação de rotas como ação para contornar os imprevistos da crise.
“A companhia reforçou a sua capacidade de apoiar exportações e importações, o abastecimento e o transporte de bens essenciais e aumentou em 40% a sua capacidade entre a América do Sul e a Europa e em 15% da América do Sul para Miami”, diz.
“A empresa também lançou novas rotas de carga de Santiago para a Cidade do México e Los Angeles e está utilizando aviões de passageiros para operar dezenas de voos exclusivamente de cargas pelas Américas”, completa.
Quais são os desafios da logística aérea nessa retomada e que lições podem ser destacadas?
Nunca na história o transporte aéreo passou por um cenário parecido em nível global, no qual mais da metade dos aviões do mundo se manteve estacionado, praticamente de um dia para o outro.
Essa mudança repentina e inesperada nas operações, sem dúvidas, refletiu a importância do modal para a economia do mundo, mas também serviu como lição para as empresas do setor ao lidarem com a crise.
Elias confirma isso e explica como a LATAM conseguiu encarar esses desafios da logística área atual:
“A crise da Covid-19 reforçou o papel fundamental do mercado de cargas para continuar abastecendo as principais localidades do Brasil. A LATAM Cargo entendeu, desde o início da pandemia, a importância de dedicar toda a sua expertise para reinventar a sua operação em um espaço muito curto de tempo”.
Ele reforça a ação realizada pela empresa no início da pandemia:
“A megaoperação para a China é um exemplo do esforço já realizado pela companhia, que, além de ter exigido adaptação completa das aeronaves para o transporte exclusivo de cargas, até mesmo dentro da cabine, demandou um trabalho coordenado de diversas áreas para a definição da melhor logística aérea”, aponta.
E continua, citando o efetivo que a ação demandou: “Ao todo, 300 colaboradores estiveram envolvidos na operação, entre mecânicos, despachantes operacionais, pilotos, copilotos, supervisores, coordenadores, planejadores, funcionários de carga e apoio em solo”.
Quais são as expectativas para o futuro próximo da logística aérea?
Além das lições e dos aprendizados no campo operacional, é possível apontar mudanças na relação das empresas e dos profissionais de logística aérea no pós-pandemia.
Afinal, esses últimos meses ajudaram a reforçar a importância do fator humano no setor, desde a responsabilidade coletiva em relação à segurança e saúde das pessoas até a busca por inovações para os negócios.
Elias destaca como as recentes mudanças reforçam essa tendência:
“A LATAM Cargo entende que as suas operações realizadas durante a pandemia são muito bem-sucedidas. Isso motiva a companhia a seguir trabalhando fortemente para manter as suas equipes engajadas, otimizar os seus processos e continuar buscando alternativas de transporte para os seus clientes, sempre seguindo todos os protocolos de higiene recomendados pelos órgãos de saúde”.
Para finalizar, o diretor também revelou planos e ações da empresa na logística área no pós-pandemia: “Também trouxemos uma novidade para o Brasil, com a inauguração de uma rota cargueira internacional entre Florianópolis e Miami, operada em aeronave modelo Boeing 767-300F, que é capaz de transportar em média 53 toneladas em cada voo”, aponta o entrevistado.
“Além de atender Florianópolis diretamente, a nova rota semanal beneficiará todas as regiões de Santa Catarina, que tem uma indústria diversificada, e os importadores de Paraná e Rio Grande do Sul”, completa Elias.
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