A presença de integrações de metrô com aeroportos facilita a vida de quem precisa se deslocar pelas cidades ao chegar ou partir de viagem. É esse o principal objetivo das novas Linhas 19 e 17 do Metrô de São Paulo.
Guarulhos e Congonhas, os aeroportos com maior circulação de passageiros do país, estão com projetos de integrações com metrô em andamento.
Paulo Cesar Gaion Granela, coordenador da pós-graduação em Gestão Logística do Senac EAD, está acompanhando as obras de perto.
Ele conversou conosco e compartilhou a visão que tem sobre o tema. Acompanhe!
Linha 19 – Celeste: Aeroporto de Guarulhos
Granela afirma que a Linha 19-Celeste é um projeto ambicioso do Governo do Estado de São Paulo e está prestes a se tornar uma realidade que transformará o sistema de transporte na região.
“Com 15 estações nos quase 16 km de extensão operacional, a linha irá conectar a Estação Anhangabaú da linha 3-Vermelha à futura Estação Bosque Maia, em Guarulhos”, destaca o professor.
Ele continua: “Além disso, terá conexões vitais, incluindo a linha 1-Azul do Metrô em São Bento e a linha 2-Verde na futura estação Dutra, juntamente com a interligação com as linhas 10 e 11 da CPTM em Pari.”
Segundo o especialista, a Linha 19-Celeste está avançando, com aprovação do projeto funcional e estudos ambientais, culminando na Licença Ambiental Prévia concedida pela CETESB.
Ele também afirma que os trabalhos de sondagens, ensaios geotécnicos e o projeto básico de engenharia e arquitetura estão em andamento, com previsão de conclusão para o início de 2024.
Embora a previsão inicial de operação fosse para 2030, o professor pondera que “em projetos de magnitude, a dilatação dos prazos é provável,” sugerindo um início de operação para meados da próxima década.
Granela ressalta ainda que o projeto enfrenta diversos desafios, desde questões de engenharia até aspectos econômico-financeiros e políticos.
Nesse sentido, nosso entrevistado acredita que a modelagem de informação da construção BIM será uma ferramenta fundamental, e as obras na região central da capital receberão atenção especial.
A viabilidade do projeto e o envolvimento de investidores privados também são considerações essenciais.
Linha 17 – Ouro : Aeroporto de Congonhas
“A Linha 17-Ouro, uma linha de monotrilho, foi concebida com objetivos ambiciosos”, lembra Granela.
“Originalmente planejada como parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para a Copa de 2014, a linha deveria ligar o Aeroporto de Congonhas ao Estádio do Morumbi”, explica ele.
O professor continua: “No entanto, devido a mudanças nos planos para a construção de uma nova arena em Itaquera, o projeto foi retirado do PAC e substancialmente reduzido em extensão.”
O docente do Senac EAD explica que, atualmente, a Linha 17-Ouro se estende por 7,7 km, com oito estações, partindo da estação Morumbi da Linha 9-Esmeralda da CPTM e seguindo pelo eixo da Avenida Jornalista Roberto Marinho, chegando ao Aeroporto de Congonhas. A operação futura da linha será concedida à Via Mobilidade.
“Apesar de seu trecho curto em relação ao projeto original, a Linha 17-Ouro passará por uma região econômica crucial de São Paulo, onde muitas empresas têm suas sedes e escritórios”, situa.
Ele diz ainda que esse fator “proporcionará uma conexão eficiente entre o centro econômico e o aeroporto central da maior Região Metropolitana do Brasil, facilitando, especialmente, as viagens de negócios.”
No entanto, o projeto da Linha 17-Ouro tem enfrentado diversos desafios. Segundo Granela, a linha ainda está em obras civis e de sistemas, e os trens estão sendo construídos na China.
Segundo o docente nos explica, recentemente, uma nova empreiteira assumiu o contrato, prometendo concluir a linha em 2025.
“Há décadas, a Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) tem se mostrado como o principal polo econômico do Brasil, porém, apresenta problemas de infraestrutura. A mobilidade e a acessibilidade são dois deles”, afirma.
Para saber mais, aproveite e leia nosso texto sobre as perspectivas do transporte metroferroviário do estado de São Paulo!