A nossa convidada para o Minutos Corporativos de hoje é Helen Abdu, especialista em Marketing Intelligence na Descartes System Group do Brasil.

A Descartes é líder global no fornecimento de soluções para logística e supply chain baseadas em tecnologias de computação em nuvem, e a Helen vai nos contar como o BI pode ser e é estratégia de empoderamento para empresas de diferentes setores.

Intermodal: Pode nos contar como é fazer parte de um líder global em soluções para logística e supply chain com base em tecnologias de computação em nuvem?

Helen Abdu: “Tenho muito orgulho de trabalhar na Descartes, é uma empresa muito grande, onde trabalhamos com mais de 150 soluções voltadas para supply chain, trading intelligence, monitoramento de rotas, compliance, então atuamos com diversas soluções.

E uma coisa que acho interessante comentar é que estamos sempre investindo em aprender mais e entender mais do que o mercado precisa, e 15% dos nossos revenues são voltados para pesquisa e desenvolvimento de novas soluções, e em como aplicá-los no mercado.

Então é uma empresa que está sempre inovando e sempre em contato com tudo o que está acontecendo para cada vez se ajustar mais e fornecer melhores soluções para nossos clientes, então eu gosto bastante.”

Intermodal: Entre as tecnologias todas que você citou, uma delas se destaca, que é o BI. Pode nos explicar um pouco mais sobre ela, suas características, benefícios e vantagens competitivas para o mercado?

Helen Abdu: “O nosso BI hoje é voltado hoje para a área de inteligência de mercado e análise de concorrência, junto com dados de importação e exportação. Temos uma plataforma online onde reunimos todos os dados de países que divulgam dados de importação e exportação, e uma das vantagens competitivas é você ter todos esses dados de diversos países em uma única plataforma.

Nós trabalhamos somente com dados públicos, dados oficiais de cada governo, e hoje quando as empresas buscam essas informações é muito complicado procurar cada hora em um lugar, em um país, em um website diferente, então reunimos tudo isso em um único layout e você pode acessar todos os países e analisar os dados, fazer análise estratégica e preventiva.

Em muitos países nós trabalhamos com dados já de muitos anos atrás, nossa solução vem desde 1997, então temos dados bem antigos para poder trabalhar e informar nosso cliente, então com essa plataforma nossos clientes conseguem acessar de maneira online e ter acesso a todos esses dados.

E a maior vantagem competitiva é os nossos clientes saberem o que a concorrência está fazendo, o que estão importante, a que preço, quantidade, ter uma análise de todo o mercado de acordo com que a própria empresa está fazendo, traçando sua estratégia de mercado para não ficar atrás com as milhares de soluções que temos hoje. Acredito que os dados de importação e exportação dentro do BI, com todos esses mercados e países, seja o nosso diferencial.

Eu acredito que não seja só uma tendência, mas os dados já estão aí. O que cabe mesmo é cada empresa e profissional saber como vai analisar. Quanto a gente fala de inteligência de mercado, falamos de várias informações que as empresas podem buscar e reuni-las dentro de uma análise para traçar uma estratégia. E dados são muito importantes para qualquer segmento. 

Até hoje em dia para uma pessoa física fazer uma consulta, comprar algo, você precisa de dados, buscar, pesquisar, saber o que você quer, onde comprar, qual melhor preço, prazo, entrega, e tudo mais. Então para qualquer coisa hoje em dia é preciso ter dados. 

E dados trabalhados dentro do Big Data e BI, para mim é fascinante, não só os dados de importação. Hoje conseguimos trabalhar muita informação dentro do BI.”

Intermodal: Quando avaliado apenas o tempo de pandemia, em que os dados ganharam ainda mais valor para a tomada de decisões, o quanto esta tecnologia está sendo fundamental?

Helen Abdu: “Realmente durante a pandemia muitas empresas não conseguiram se manter no mercado, ou quebraram, pois foi algo que pegou a todos de surpresa. E claro, quanto mais dados e informação você tem, melhor para tomadas de decisão e análise estratégica.

Dentro do nosso segmento tivemos duas situações durante a pandemia. Uma delas foi a dos nossos clientes, que já trabalhavam com dados de importação, muitos deles não tinham tanto tempo para fazer análise. Era só pegar a informação para uma tomada de decisão. 

E como muita gente acabou ficando mais tempo em casa, acabaram tendo também mais tempo para buscar e analisar o mercado para tomar decisões mais corretas. Então muitos dos nossos clientes que já usavam essas informações passaram a usar mais e expandiram seus negócios com nossa solução.

Então tínhamos clientes que só analisavam formulações de importação do Brasil, e começaram a ver que podiam expandir o negócio para toda a América Latina, então realmente ajudou nosso BI. E também tivemos a situação de quem não era cliente e acabou procurando a nossa empresa, porque antes todos iam em feiras, buscavam fornecedores, prospectar, e todo esse comércio paralelo foi interrompido com todo mundo em casa. 

As pessoas precisavam de respostas e não tinham, mesmo quem atua com análise de mercado muitas vezes tem informações que você consegue na rua, e a importação e exportação eram dados concretos de tudo que chegou e saiu de cada país, então são informações importantes. E quem precisava buscar novos fornecedores utilizou nosso BI para conseguir chegar, prospectar e entender melhor o que está acontecendo em cada mercado.

Então durante a pandemia, o BI e esses dados ajudaram muito. Acredito que a partir do momento que a empresa começa a trabalhar com essas informações, não consegue mais ficar sem, pois o que está ali é o registrado, oficial, então durante a pandemia foi uma informação crucial para os nossos clientes.

Intermodal: Podemos afirmar que a busca por soluções aumentou?

Helen Abdu: “Sim, para nós aumentou. Acho que é realmente uma tendência as pessoas procurarem mais informação, e na pandemia as pessoas ficaram sem saber onde buscar, e aqui nós tínhamos os dados oficiais e sabendo como buscar. 

Claro que em alguns segmentos foi maior do que em outros para essa busca. Tivemos um aumento do dólar muito significativo, então empresas acabam contratando a nossa informação para ver essas oscilações também, pois conseguimos analisar também as importações e exportações com os valores, para saber se houve ou não crescimento. 

Então conseguimos saber se um mercado X teve crescimento ou não durante a pandemia, e é possível você fazer esse comparativo em nossa base de dados. E vimos diversos segmentos de home appliances, muita gente acabou investindo mais para coisas dentro de casa, e eu diria que outros dois segmento que também cresceram muito foram de artigos médicos, com seringas, máscaras, luvas, e o setor farmacêutico, novas pesquisas, análises, não era um segmento que tinha tanta procura, mas com a pandemia cresceu bastante. 

E vejo uma oscilação que às vezes a empresa começa a se interessar pelo negócio, quando ela vê que realmente aquilo vai mudar a estratégia de tomada de decisões, eles não têm dúvidas e precisam mesmo dos dados e continuam trabalhando não só na pandemia, pois vão utilizar essa informação adiante também.

Como tivemos um aumento do dólar significativo, as empresas que exportam tiveram um aumento, porque eles têm exportações e com o dólar elevado, ganharam mais com isso. O Brasil é um dos maiores produtores de pedra do mundo, então esse setor de granito, quartzo, também cresceu bastante, assim como madeiras, e o próprio segmento do agro, além de importar bastante, também exporta. Então foram setores que tiveram um aumento nesse período.”

Intermodal: O quanto a Descartes Systems pode continuar colaborando para o bom desempenho do segmento nos próximos anos?

Helen Abdu: “A gente pode fazer algumas análises preditivas, temos dados retroativos junto com o que está acontecendo no mercado, então você pode ter uma análise do que pode vir a acontecer, especialmente quando falamos de matérias primas, que produtos serão fabricados e tudo mais. 

E uma coisa interessante é que temos a plataforma online com todos esses dados de importação e exportação, e trabalhamos também com essas informações ajudando os clientes através de relatórios personalizados. Então desenvolvemos análises que o cliente precisa.

Então além de termos os dados para o cliente acessar, nós também trabalhamos com as informações da maneira que o cliente precisa para que ele apenas análise e tome a decisão. 

O relatório chega pronto para que ele possa analisar e aplicar em sua estratégia, o que facilita muito a vida do cliente, pois muitas empresas ainda não tem uma estrutura de BI, nem equipe para gerir tudo isso, e para eles é uma economia muito valiosa de tempo. 

E assim conseguimos ajudar os clientes a continuarem desenvolvendo produtos, tendo essa vantagem competitiva no mercado, analisando a concorrência e tomando a melhor decisão com esses dados. 

O retorno sobre o investimento é muito rápido e eficaz, então tem várias informações que na hora da reunião o cliente já cria esse insight, sabendo o produto que o concorrente está trazendo, a que preço, em qual quantidade, entre várias outras informações, por onde entra e por onde sai, buscar novos fornecedores, então tem muitas informações que são válidas para vários tipos de empresa.

Eu trabalho nesse mercado há dez anos, e vejo toda a evolução do negócio, pois lá atrás quando começamos muitas vezes perguntavam para que precisavam de BI, como usar os dados. 

E por mais que hoje seja muito claro, analisar a concorrência e tendências do mercado, e que a análise estratégica seja essencial para as empresas, há dez anos não era assim. Hoje é bem diferente, os dados são muito importantes e serão de grande valor para as empresas.”

Intermodal: Se você pudesse conversar com alguém no âmbito pessoal ou profissional, com quem seria?

Hele Abdu: “Olha, é uma pergunta bem difícil [risos]. Falando tanto do pessoal quanto do profissional, eu gostaria muito de conversar, conhecer e entender o Bernardinho, que era técnico da seleção de vôlei.

Eu tenho uma ligação muito forte com o esporte, com o voleibol, eu jogo vôlei, adoro e sou fã dele, e acho que ele tem uma carreira incrível, não só como jogador, mas também como técnico. E é uma pessoa que está sempre buscando novos desafios, ele é um campeão, ganhou muita coisa, mas ele não é acomodado, está sempre buscando e trabalha tanto com o masculino quanto com o femininino, e a capacidade dele se reinventar a cada vez e trabalhar com o psicológico. 

Hoje em dia eu acho que é muito importante a gente trabalhar com o psicológico, entender o que o outro está sentindo, e já vi depoimentos de jogadores que trabalharam com eles, eu conheci algumas pessoas, como eu jogava, hoje eu jogo por hobby, mas já joguei, então vi esses depoimentos sobre ele, e é uma pessoa que eu gostaria muito de conhecer, entender.

E trabalhar com essa psicologia, não somente esportiva, mas ter o psicológico para ganhar e perder, a inteligência emocional que acho importante você ter ao longo da vida. 

Eu sou muito grata ao esporte, jogo desde os meus 11 anos, ganhei e perdi muito, tive técnicos parecidos com o Bernardinho, e acho que trouxe uma realidade para vida. Eu desejo que meu filho entre para o esporte, que trouxe muita disciplina para mim, e acho que seria com ele.”