Contando com a participação de Ellen Martins, superintendente da ANTF – Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários, Roberta Marchesi, diretora da ANPTrilhos – Associação Nacional dos Transportadores sobre Trilhos, Sandra Holanda, ex-secretária nacional de Mobilidade e Desenvolvimento Urbano, e Thais Araripe Dias, assessora da Diretoria de Planejamento da INFRA S.A, sob moderação de Renata Passos, editora regional para o Brasil do International Railway Journal, aconteceu no NT Expo 2023 o debate “Mulheres incríveis nos trilhos”, que abordou a trajetória e desafios das participantes no universo ferroviário.
Desafios das mulheres nos trilhos
Na abertura do debate, a moderadora Renata Passos destacou a importância do painel mediante a participação feminina, ainda pequena, no setor ferroviário, lembrando a proximidade do Dia Internacional da Mulher que acontece no dia 08 de março.
Ellen Martins, reforçou que o problema “é uma questão cultural que temos que enfrentar e não nos vitimizar”, citando que o maior desafio no seu trabalho é unir pessoas, motivar e coordenar detectando as qualidades, talentos e especialidades de cada um em um grupo multidisciplinar. “Afinal, a dúvida de um pode ser a solução para outro. A diversidade de gênero e idade, por exemplo, trazem diferenças que se complementam”. Para a executiva, o desenvolvimento e crescimento do setor de transportes e a inclusão feminina estão interligados.
Conquistas das mulheres nos trilhos
Roberta Marchesi, formada em economia, com pós e mestrado na área, enfatizou que a educação é um fator preponderante para a inclusão feminina no setor, colocando como um dos principais desafios da mulher é aliar a vida profissional e familiar no desenvolvimento da carreira. “Vejo que é possível, mas não é fácil. A rede de proteção familiar é muito importante para alcançar esse objetivo”. Por outro lado, a executiva se diz surpresa como o setor ferroviário de passageiros “abraça a mulher e é muito humano”, informando que 60% dos passageiros são mulheres e que o setor que representa mantém mais de 7,2 mil mulheres em todos os setores. Reforçando a receptividade do setor, Roberta ainda cita o Metrô de São Paulo, onde 21% da força de trabalho é feminina e 23% dos cargos de liderança são ocupados por mulheres.
Ressaltando que os desafios para as mulheres são cada vez menores quando se adquire experiência, Sandra Holanda relembrou o início da carreira onde teve que enfrentar vários tipos de assédio, tanto moral como sexuais, em um ambiente masculino. “A mulher sempre tem que estar mostrando algo mais, tentando ser vista com um mínimo de equidade. Assim, o estudo vai legitimando a mulher em algumas posições”. Segundo ela, assumir a Secretaria Nacional de Mobilidade e Desenvolvimento Urbano foi um marco feminino, onde “conseguimos amplitude nacional”.
Em participação remota, Thais Araripe Dias parabenizou o evento por destacar a força feminina atuando na ferrovia, relembrando sua trajetória profissional na área jurídica iniciada em 2013, na Valec. “Há 10 anos, eu era a única mulher na sala em um contexto muito masculino. Felizmente, hoje isso se permeou e vemos o protagonismo feminino”, comemora.
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