O profissional de intralogística desempenha um papel fundamental nas operações empresariais. Com habilidades e conhecimentos especializados, é responsável por coordenar e otimizar o fluxo de materiais e informações dentro de uma organização.

Desde a coleta da matéria-prima até a entrega do produto final, o profissional de intralogística garante que todos os processos sejam executados de maneira eficiente e eficaz.

Para conversar sobre o assunto, convidamos Rodrigo Médici Cândido, Mestre em Administração de Empresas e Coordenador dos Cursos Tecnológicos de Gestão da Universidade Santo Amaro (UNISA). Acompanhe abaixo para saber mais!

Intralogística: o que é e qual a importância nas operações empresariais modernas?

O termo intralogística se refere aos processos de recebimento, conferência, movimentação e armazenamento de materiais e/ou informações. Segundo Cândido, é essencial para as organizações modernas “que necessitam racionalizar e otimizar seus custos e processos”.

Sobre a importância da intralogística nas operações empresariais, o especialista é direito ao afirmar que, com ela, as organizações se tornam muito mais eficientes. 

“No sentido de reduzir erros, retrabalho e melhorar o fluxo do trabalho, apresentam um melhor controle de estoque, conseguem monitorar em real time o fluxo dos produtos, apresentam menos erros em tempo de entrega, entregam maior nível de serviço e elevam o seu atendimento ao cliente”, destaca ele.

Todos esses benefícios da aplicação da intralogística culminam na conquista de um maior número de clientes, algo extremamente importante nos dias atuais.

“Com a concorrência elevada, quem melhor atender o cliente ganha o pedido, é mais rentável, mais recomendada, mais bem vista”, conclui Cândido.

Principais tarefas e responsabilidades de um profissional de intralogística

O profissional de intralogística, conforme opina nosso entrevistado, pode desempenhar diferentes papéis dentro de uma empresa. Tudo depende, é claro, da estrutura organizacional em que está inserido. 

De um modo geral, o profissional está apto a:

  • Planejar a disposição física dos produtos para facilitar a movimentação, reduzindo o tempo de busca e maximizando o uso do espaço disponível;
  • Introduzir ou implementar sistemas de automação;
  • Gerenciar o estoque, minimizando excessos e garantindo a disponibilidade de produtos;
  • Negociar com fornecedores e clientes internos;
  • Analisar dados operacionais tendo em vista a identificação de oportunidades de melhoria nos processos intralogísticos.

Cândido exemplifica essas tarefas e responsabilidades. Ele cita uma empresa fictícia que esteja interessada em atualizar os sistemas, profissionalizar a gestão e ser mais competitiva no mercado. 

“Essa empresa pode atribuir ao profissional de intralogística a responsabilidade de redesenho de layout de um armazém, a implementação de um sistema de gestão, a negociação com fornecedores e outros envolvidos no processo de gestão, a tarefa de análise e supervisão de processos operacionais”, inicia ele.

Nosso entrevistado acrescenta: “Treinar a equipe para que estejam alinhados aos princípios e cultura organizacional ou ainda determinar níveis adequados de estoque para que o cliente sempre encontre o que procura, no ambiente em que está realizando a procura, seja online ou presencial”.

Neste exemplo fictício apresentado por Cândido, a empresa pode ter percebido uma perda de rentabilidade nas suas operações e seus gestores entendem que atualizar os processos logísticos pode ser uma alternativa para reversão dos resultados negativos.  

“Assim, a empresa destaca um profissional de logística para analisar os processos logísticos e, com a análise dos dados disponíveis, ele identifica que há  oportunidade de melhora de desempenho com a  reorganização do fluxo de trabalho e com o desenvolvimento de estratégias para otimizar os níveis de estoque”, resume.

Tecnologias mais impactantes na intralogística e como essas inovações têm melhorado as operações na área

Na opinião de Cândido, apesar de não existirem grandes novidades ou ferramentas disruptivas no setor sobre as quais não se tenha falado ainda, não se pode negar a relevância da tecnologia e de sistemas para a gestão logística.

“Diversas são as ferramentas disponíveis, por exemplo, para se fazer a gestão de armazéns de forma integrada à gestão do negócio como um todo, a automação de processos, o uso de robôs”, aconselha o docente.

“Há uma linha de atuação, mas que limita a capacidade de quem não possui capacidade de investimento, que é a Inteligência Artificial e o aprendizado da máquina (machine learning)”, exemplifica ele.

O especialista também lembra o uso da Internet das Coisas (IoT) para se conectar a dispositivos e sensores com o objetivo de modificar ações de máquinas, determinar melhores rotas, acelerar processos de fabricação e regular o consumo de energia.

“Enfim, a tecnologia melhora as operações e a inovação é um fator essencial para a sobrevivência e crescimento das empresas que buscam maior precisão, velocidade, visibilidade e automação aos processos”, opina Cândido.

De que forma o profissional de intralogística contribui para otimizar processos e aumentar a eficiência operacional em uma empresa?

Aumentar a eficiência operacional das empresas deveria ser o grande objetivo do profissional de intralogística. Neste sentido, Cândido dá algumas dicas para quem trabalha neste ramo:

“O profissional pode, por exemplo, em análise de dados disponíveis via relatório ou pela sua observação do processo ou mesmo pela experiência prática, sugerir que se invista em sistemas de gestão integrada, em sistemas de gestão de armazém ou ainda que se automatize processos”, relata.

“Ele pode, ainda, sugerir uma avaliação e reorganização dos processos existentes a fim de eliminar etapas desnecessárias e simplificar fluxos de trabalho, maximizando a eficiência operacional e entregando mais valor ao cliente”, acrescenta.

Outra contribuição citada pelo entrevistado é a melhora da comunicação com as diversas áreas organizacionais e logísticas, promovendo uma cultura de colaboração, inovação e melhoria contínua.

Ainda sobre as contribuições, Cândido afirma que elas devem ser direcionadas e combinadas “de acordo com as necessidades específicas de uma empresa”.

“Empresas que atuam em um mesmo setor podem enfrentar desafios diferentes e ter necessidades de ajustes internos logísticos distintos. Vale, então, o bom senso e a capacidade de análise e visão sistêmica de modo que o profissional encontre a melhor alternativa para aquilo que se necessita no momento”, considera.

Habilidades-chave de um profissional de intralogística e características essenciais para se destacar nesse campo

Se destacar no campo da intralogística, hoje em dia, não é uma tarefa fácil. Rodrigo Médici Cândido aponta as habilidades-chave consideradas essenciais por ele:

“O profissional deve ser, antes de mais nada, organizado, responsável, possuir visão sistêmica e estratégica, conhecer a fundo o negócio e, por óbvio, a logística como um todo, seus princípios e práticas”, enumera.

Além dessas habilidades, o entrevistado destaca que o profissional deve possuir capacidade analítica e de liderança, além de um amplo conhecimento técnico. 

Uma vez que irá coordenar equipes multifuncionais, é interessante que o profissional de intralogística também seja competente na utilização de sistemas integrados de gestão.

“Reforço, aqui, a habilidade analítica, identificar tendências, padrões e tomar decisões embasadas, já que o diferencial nos dias atuais está na capacidade de análise de dados”, ressalta Cândido.

“Deseja-se, ainda, que o profissional seja capaz de, ao identificar um problema, apresentar uma solução e se comunicar de forma clara e eficaz com equipes, fornecedores e outros departamentos”, finaliza nosso entrevistado.

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