Fundada em 2010, a Hidrovias do Brasil (HBSA) é uma empresa de soluções logísticas integradas com foco no transporte hidroviário na América do Sul e atua com quatro operações logísticas estratégicas.

Para saber mais, conversamos com Rodrigo Oliveira, Diretor Comercial da empresa, que nos deu detalhes das operações realizadas pela empresa hoje. Confira!

Perfil: Rodrigo Oliveira, Diretor Comercial da Hidrovias do Brasil

Rodrigo ocupa a posição de Diretor Comercial na Hidrovias do Brasil desde 2021. Ingressou na companhia em 2013, tendo trabalhado desde então em diversas posições na área comercial e na área de planejamento.

O executivo atua desde 2005 na área de logística, tendo trabalhado com gestão de terminais, logística e comercialização de grãos na Vilma Alimentos até 2013.

Rodrigo é formado em Administração de Empresas pelo IBMEC, possui MBA em Gestão Empresarial com Ênfase em Logística pela FGV e foi diplomado pelo Program for Management Development (PMD) pelo IESE.

Confira a entrevista completa com o especialista abaixo!

Intermodal: Quais são os principais serviços oferecidos pela Hidrovias do Brasil atualmente?

Rodrigo Oliveira: “A Hidrovias do Brasil é uma empresa de soluções logísticas integradas, com foco no aproveitamento do transporte hidroviário, operações de cabotagem e operação em terminais portuários em toda a América do Sul.

Nossa companhia presta serviços de transporte hidroviário com uma frota composta por mais de 30 empurradores e mais de 450 barcaças, operação de terminais, operação de cabotagem composta por 2 navios, além da integração de modais.”

Intermodal: Como funcionam as principais operações da HBSA?

Rodrigo Oliveira: “A companhia aposta e investe no Arco Norte por seu grande potencial para impulsionar o desenvolvimento e crescimento econômico do país, que tem se consolidado como uma excelente opção para o escoamento da produção da região Centro-Oeste, com projeções que indicam um crescimento da produção de soja e milho para quase 83 milhões de toneladas até 2030. Neste corredor, a empresa oferece uma alternativa logística integrada para o transporte e escoamento de grãos da região Centro-Oeste do Brasil. O Sistema Norte da Hidrovias do Brasil tem a capacidade de movimentar mais de 7 milhões de toneladas de grãos por ano, além de 13 empurradores e mais de 190 barcaças.

Na cabotagem, a Companhia conta com uma expertise para desenvolver o potencial da navegação costeira por meio de soluções e integração eficiente dos modais. Com rota atual entre Porto de Trombetas e Vila do Conde, no Pará, possuímos capacidade de transporte de 74 mil toneladas por viagem, contando com 2 navios de bandeira brasileira.

Já no Corredor Logístico Sul, a empresa opera por meio da hidrovia Paraguai-Paraná e conecta 5 países da América do Sul: Brasil, Paraguai, Uruguai, Argentina e Bolívia. Com capacidade de navegação de 6 milhões de toneladas, realizamos o transporte de commodities agrícolas, minérios, fertilizantes, celulose, entre outros produtos, consolidando-nos como a maior empresa de navegação fluvial nesta hidrovia.

Por fim, também contamos com atuação no Porto de Santos, com operações de transbordo e armazenamento de sal e fertilizantes em seu terminal (STS20), que possui capacidade de movimentação inicial de 1,5 milhão de toneladas por ano e aumento gradativo para até 3,5 milhões de toneladas. A Hidrovias do Brasil conta com equipamentos de alta tecnologia no local para garantir a eficiência operacional e possui um cais com maior calado e gestão adequada para redução do line-up, reduzindo o custo operacional dos nossos clientes.”

Intermodal: Como a Hidrovias do Brasil auxilia seus clientes na integração de modais?

Rodrigo Oliveira:O transporte hidroviário e de cabotagem são subaproveitados no Brasil e têm grande potencial. Acreditamos que a saída para a competitividade logística está na multimodalidade, integrando os modais rodoviário, ferroviário, hidroviário e cabotagem. Assim, a Hidrovias do Brasil surge com esse propósito de promover soluções logísticas integradas.

O caminhão é e sempre será de fundamental importância para as distâncias mais curtas, principalmente ligando as unidades produtoras aos terminais de transbordo para modais mais eficientes para longas distâncias. No entanto, a construção de estradas e ferrovias necessitam de investimentos muito elevados do que aqueles necessários para a implantação de uma hidrovia.

Quando se compara o transporte de cabotagem, essa conta é ainda mais benéfica para a implantação deste modal. Além disso, o custo de operação e manutenção das vias por tonelada é muito maior do que o hidroviário. Tudo isso somado a portos eficientes que possam carregar e descarregar comboios e navios de alta capacidade garante uma competitividade às operações hidroviárias e de cabotagem muito superiores aos modais rodoviários e hidroviários.

Por isso, acreditamos na nossa capacidade de agregar valor aos nossos clientes em soluções integradas, confiáveis, competitivas e de alta capacidade.”

Intermodal: A Hidrovias do Brasil já nasceu com vocação sustentável ao aproveitar o potencial hidrográfico do continente Sul-Americano. Quais demais ações estão atreladas ao Compromisso Sustentável da HBSA?

Rodrigo Oliveira: “A Hidrovias do Brasil aproveita o potencial de nossas águas para movimentar o desenvolvimento do continente sul-americano, sendo este o modal mais ambientalmente amigável e socialmente responsável.

Quando fazemos a comparação com os demais modais, a Hidrovias do Brasil emite, em média, três vezes menos CO2e por quilômetro útil.

Em estudo conduzido pela Hidrovias do Brasil para o relatório de GHG em 2020, confirmou que a Hidrovias do Brasil emitiu 4g CO2e por tonelada por quilômetro útil, enquanto o benchmarking do ferroviário foi de 12g e o rodoviário de 14g.  Isso demonstra a importância de promover a multimodalidade.

A Hidrovias do Brasil acredita que o desenvolvimento de seu negócio anda lado a lado a sustentabilidade, desde a sua concepção, atendendo às mais rigorosas normas de governança. A companhia entende que ninguém faz sustentabilidade sozinho e adotar o conceito de geração de valor compartilhado é essencial.

Os indicadores ESG nos ajudam a demonstrar claramente o progresso de nossa jornada e de nossa busca por processos mais otimizados, soluções inovadoras e relações mais sólidas.”

Intermodal: A inovação é um dos principais pilares para garantir a otimização e sustentabilidade na logística. Quais as ações da HBSA para fomentar novas tecnologias?

Rodrigo Oliveira: “Nossa companhia nasceu com a proposta de ser um player logístico multimodal com foco em eficiência, inovação e sustentabilidade. Este foi o motivo pelo qual recentemente lançamos, junto a importantes parceiros, o Cubo Marítimo e Portuário do Cubo Itaú, maior hub de inovação da América Latina.

Por meio desse Hub, desejamos fomentar o desenvolvimento de tecnologias que tragam melhorias para o sistema logístico do país e alavancarmos nossa busca as melhores soluções e tecnologias para nossos clientes.

Internamente também já estamos atuando em diversas frentes de inovação por meio do nosso Comitê de Inovação e Tecnologia (CIT) e pelo nosso programa de open innovation, o Melhoria Contínua. 

Intermodal: Como o potencial sustentável das hidrovias e as inovações da HBSA agregam valor aos clientes da companhia?

Rodrigo Oliveira: “Hoje o mundo pede uma mudança de olhar das empresas no que diz respeito às melhores práticas ESG.

Os compromissos assumidos pelas empresas para minimizar os impactos ambientais e sociais são vistos como fator de valorização de ativos e maiores retornos no médio e longo prazo, tornando as empresas favoritas de investidores.

A preocupação da Hidrovias do Brasil com a sustentabilidade oferece aos nossos clientes e demais stakeholders muito mais tranquilidade em operar conosco, uma vez que contribuímos para a sua cadeia, sempre alinhado aos mais altos critérios ESG.”

Intermodal: A Hidrovias do Brasil tem como principal solução o transporte de agronegócio e minério de ferro. Quais os benefícios de utilizar o modal hidrográfico para esses produtos?

Rodrigo Oliveira: “A Hidrovias do Brasil surge para desenvolver ainda mais o modal hidroviário. Como já citei, o comboio de 35 barcaças tem a capacidade de transporte de até 70 mil toneladas, o que equivale a aproximadamente 1.666 caminhões.

O país possui algumas das maiores bacias hidrográficas do mundo e costa abrangente. Essa vocação natural pode ser mais aproveitada, facilitando o transporte de grandes cargas, gerando empregos e preservando o meio ambiente.

No entanto, o percentual de movimentação de cargas utilizando o hidroviário no Brasil representa apenas 2%, enquanto a cabotagem representa 12%. Em um país com dimensões continentais e uma costa abrangente para navegação, como é o caso do Brasil, é possível entender que os investimentos na infraestrutura hidroviária precisam crescer.

Já avançamos nos últimos anos, mas há muito ainda a ser feito para termos uma matriz de transporte multimodal mais compatível com países mais desenvolvidos. Investir no transporte hidroviário é investir na eficiência logística e competitividade do país.

Intermodal: Quais são as perspectivas da Hidrovias do Brasil para o transporte e exportação de commodities nos próximos anos?

Rodrigo Oliveira: “De forma geral, as commodities tendem a ter um menor valor agregado. Por isso, ao usarmos a navegação fluvial e costeira, aliada aos ativos de alta tecnologia, temos a capacidade e compromisso em oferecer soluções que possam garantir menor custo operacional, prestação do serviço de forma perene, com custo competitivo e estável.

Um exemplo é o forte crescimento do transporte no Arco Norte. A companhia segue acreditando no potencial dessa região e sabe de sua importância para a logística brasileira. Em 2014, os portos do Norte eram responsáveis por 13% do market share de exportação de grãos originados no Brasil, em 2021 esse número já superava 30% e hoje segue crescendo.  

A importação mundial de soja e milho continuará crescendo nos próximos anos, devendo chegar a quase 83 milhões de toneladas até 2030. Com base nessas projeções de mercado, é possível estimar um forte crescimento desta rota nos próximos anos.”

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