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Promulgado em janeiro de 2022, o decreto nº 10.946/2022 oficializou por parte do Governo Federal a permissão para que parques energéticos sejam construídos em modelo offshore.

O sistema consiste na criação de instalações situadas na costa brasileira, o que implica em maiores possibilidades para a geração de energia eólica, gerada a partir do vento.

Segundo dados do Ministério de Minas e Energia, as usinas eólicas já respondem por 11% da energia elétrica produzida no Brasil, sendo esta a segunda principal fonte de produção do país, atrás apenas da energia hidráulica.

Para entendermos mais sobre o potencial dos parques eólicos offshore e sua relação com a logística, conversamos com Elbia Gannoum, presidente-executiva da ABEEólica – Associação Brasileira de Energia Éolica e Novas Tecnologias.

Continue lendo e entenda mais sobre o tema!

O atual cenário da expansão da energia eólica offshore no Brasil

Um recente relatório do Global Wind Energy Council apontou que o Brasil foi o sexto em Capacidade Total Instalada de Energia Eólica Onshore no ano de 2021. Os dados mostram que o país tem um grande potencial para tal energia, o que deve ficar ainda mais evidente com o avanço dos parques eólicos offshore.

Falando sobre o cenário no Brasil, Elbia Gannoum destaca alguns avanços no setor, observando que atualmente já são 176,5 GW de projetos de energia eólica offshore submetidos para processo de licenciamento ambiental no IBAMA.

“Estes projetos representam o interesse dos investidores para o desenvolvimento setorial. Ressalta-se que para a viabilização destes projetos submetidos para licenciamento é necessário o avanço do arcabouço regulatório para que os projetos possam dar os primeiros passos em seu desenvolvimento”, explica Gannoum.

Ela prossegue: “A discussão do arcabouço regulatório estabelece-se a partir do desenvolvimento do decreto 10.946/2022 e do projeto de lei 576/2021, que tem como foco o direito de cessão de uso do mar para exploração de geração offshore. Adicionalmente, os projetos de energia eólica são de grande porte, de forma que tendem a ter um impacto bastante considerável na matriz elétrica e energética.”

Os desafios de transporte de grandes componentes para energia eólica offshore

A construção de parques geradores de energia eólica em terra já demanda uma logística complexa, e quando tais instalações estão no mar surgem ainda outras especificidades. Elbia Gannoum trouxe mais detalhes sobre este processo:

“Como os projetos de energia eólica são de grande porte, o transporte de componentes representa também um desafio. E onshore já existe uma série de cuidados, protocolos e procedimentos para transportar esses componentes em estradas”, destaca ela.

A presidente-executiva da ABEEólica continua: “Já para offshore, acredita-se que boa parte dos componentes serão construídos nos próprios portos, que precisam de adequar para essa produção e facilitar esse transporte até o mar.”

A importância da infraestrutura portuária na logística dos parques eólicos

Quando pensamos em novas instalações situadas na costa ou dentro do mar brasileiro, lembramos imediatamente de outras estruturas semelhantes, como portos e plataformas petrolíferas.

Mas será que tais projetos já existentes podem servir como base para os novos parques eólicos offshore que estão em desenvolvimento no mar que banha o Brasil?

“Para energia eólica offshore a infraestrutura portuária será essencial. Mas é importante ressaltar que se trata de um setor que está dando seus primeiros passos e hoje o foco é na segurança da regulação – um ponto crucial”, diz Gannoum.

De acordo com a especialista, é preciso que estes pontos sejam devidamente analisados por diferentes setores da sociedade, o que permitirá mais investimentos em tais estruturas e trará benefícios econômicos e sustentáveis, além de uma maior produção energética para o Brasil.

“Só assim empresas, sociedade e governo saibam quais são os critérios técnicos, exigências, obrigatoriedades de estudos e os órgãos que responderão e serão responsáveis por analisar, aprovar e formalizar o avanço de cada etapa dos projetos, que possuem complexidade maior do que os de eólica onshore“, finaliza ela.

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