Parte do Novo Processo de Importação (NPI), a Declaração Única de Importação (DUIMP) substituirá antigos documentos de importação como a Declaração de Importação (DI) e a Declaração Simplificada de Importação (DS). 

Essencial para quem atua com comércio exterior, a nova medida exigirá adaptações, mas deve facilitar a burocracia para quem atua com importação de cargas e produtos. O assunto foi abordado na apresentação “Os desafios da DUIMP e a tecnologia como aliada na produtividade”, realizada na Intermodal 2023.

Conduzida por Lucas Sanches e Hernan Villareal, diretores de produtos da WiseTech Global, e Edneia Chebabi, diretora geral para a América Latina da WiseTech Global, a palestra falou mais sobre o assunto. Leia mais abaixo!

Tecnologia para aumentar a produtividade no desembaraço aduaneiro

Hernan Villarreal iniciou a apresentação falando da questão da produtividade, observando que, em sua visão, é importante que as empresas tenham ferramentas que auxiliem na questão de exportação e importação de cargas.

“Temos conexões portuárias, programações de reserva, e tudo isso com o segmento dos containers. Então quando falamos da produtividade temos que focar no manejo da informação que a agência de carga tem para encontrar o software voltado para esta operação”, explicou ele.

Edneia Chebabi citou o fato da WiseTech ter realizado uma pesquisa junto à Reuters que mostrou que 45% dos entrevistados consultados estão buscando conectividade aliada ao aumento da produtividade.

Para Villarreal, os dados mostram que é essencial que as informações estejam bem alinhadas para que o processo de importação seja feito de acordo com as novas regras da Receita Federal.

“Quando falamos de soluções e produtividade, falamos das fontes de informação. O mais importante é garantir que a mesma informação esteja disponível em todas operações, para qualquer, em qualquer lugar e a qualquer hora. Por isso, a fonte de informação precisa ser segura”, comentou.

Ainda segundo Villarreal, é possível fechar esse ciclo de informação para uma agência de carga, que ganha em competitividade com essa ação. Da mesma maneira, Chebabi apontou o fato de que a WiseTech tem investido especialmente em sua plataforma voltada à operações aéreas de importação.

“Hoje se fala muito na LGPD e GDPR, e nós estamos totalmente seguros de que temos um produto que avança muito nesse campo e que está em uma única plataforma. Temos o CCT Aéreo, que é um desafio de entrada”, refletiu.

O modelo brasileiro e as soluções da plataforma para o processo

Sanches, por sua vez, detalhou essa operação aérea, apontando as mudanças que a DUIMP está trazendo ao segmento do comércio exterior brasileiro.

“A Receita Federal estabeleceu o agente de carga como um agente ativo e participante do processo, e dessa forma com risco de multas e penalidades”, disse.

Segundo ele, “o tempo de implementação está entre maio e junho de 2023, e olhando um pouco mais para o cenário, temos o desafio do modelo comunicacional, pois o governo se pautou em uma solução global.”

Ainda na visão de Sanches, isso criou um obstáculo, que é o fato de que os agentes precisam se adaptar ao modelo global adotado pelo governo. Ele comenta:

“O Wise Aéreo está preparado para oferecer essa solução, participamos desse desenvolvimento junto à Receita, e hoje já temos a solução sendo testada por clientes, e você pode usar os dados que estão na origem, porque eles nasceram lá fora, então esse o pilar do Cargo Wise, o compartilhamento de informações.”

Sanches destaca que o Cargo Wise é uma solução voltada ao desembaraço aduaneiro, tendo compliance com diversos países do mundo e sendo uma plataforma global neste sentido. O especialista diz que os protocolos variam de cada país, e que por isso a empresa conta com uma equipe dedicada ao Brasil.

“A gente não quer adaptar para vender a solução brasileira, mas sim fazer conforme o governo colocou, então tudo o que é atualizado pelo governo é impactado por nós junto. Mas isso está ancorado dentro do sistema global, como no workflow e gerenciamento de documentos”, analisou.

Facilidades para a DU-E e catálogo de produtos com a utilização das inovações

Outro ponto abordado por ele foi a possibilidade da plataforma integrar os dados XML das notas fiscais para a criação da DU-E, documento que reúne informações de exportação das empresas que atuam no mercado externo.

“Estamos muito acostumados no desembaraço a fazer transações baseadas na ocorrência da carga, e isso é prática, funciona, mas o governo mudou isso de forma radical”, afirmou.

Sanches prosseguiu: “Primeiro ele criou um produto novo, que é o catálogo de produtos, e como ele funciona? É obrigatório a todo importador manifestar antes da declaração o produto que ele tem a intenção de importar, e qualificá-lo em atributos.”

Ele comentou o fato do Cargo Wise, ferramenta da companhia, oferecer a opção de gerenciar o catálogo, trazendo mais facilidades para se adequar às condições burocráticas estabelecidas na DUIMP.

Sanches ainda aconselhou os importadores e exportadores a começarem a migração o quanto antes, em especial com o auxílio de plataformas que auxiliam nisso, estando assim preparados para quando a DUIMP entrar em vigor.

“Cada shipment no Cargo Wise tem uma solução de billing, então você consegue parametrizar seus serviços, automaticamente o serviço calcula quanto você deve cobrar”, destacou ele.

Segundo Edneia Chebabi, a já citada pesquisa realizada em parceria com a Reuters mostrou que 32% dos entrevistados estão em busca de soluções para implementação de processos, e não apenas de novos sistemas.

“Eles primam muito pela produtividade aliada aos processos internos de suas companhias, porque a lucratividade é o alvo. É por isso que, em breve, lançaremos o modo de desembaraço aduaneiro no Brasil com o Cargo Wise”, concluiu ela.

Para entender mais dos desafios trazidos pela DUIMP para o setor logístico, confira a apresentação completa dos palestrantes na plataforma exclusiva da Intermodal!