Os fatores humanos desempenham um papel fundamental na prevenção ao risco em diversos setores.

Embora os avanços tecnológicos tenham permitido o desenvolvimento de sistemas e processos mais seguros, é inegável que as ações e decisões humanas ainda são cruciais para determinar a segurança.

Para falar sobre o assunto, conversamos com Nayara Cristina Teixeira Santos, mestranda em Psicologia e diretora de Produto e Operações na Mapa HDS. Acompanhe para saber mais!

Prevenção de riscos em ambientes diversos: entenda os desafios comuns 

Na opinião de Nayara Teixeira, compreender as características psicológicas, comportamentais e socioeconômicas dos colaboradores é um fator essencial para identificar aptidões e habilidades individuais na hora de executar determinadas tarefas.

“Isso permite às organizações conhecer melhor seus colaboradores e elaborar ações que possibilitam o melhor desempenho no trabalho, além de verificar aspectos emocionais que podem impactar na realização de atividades onde o risco é eminente”, explica a especialista.

Ela destaca que os fatores humanos desempenham um papel crucial na prevenção de riscos. 

“Concomitantemente, a promoção de condições adequadas de trabalho é fundamental para mitigar fatores estressores e causas de acidentes ou adoecimento”, ressalta.

“A satisfação no trabalho, o equilíbrio entre vida pessoal e profissional e a saúde mental dos colaboradores são elementos-chaves”, completa.

Entre os desafios mais comuns associados ao dia a dia de trabalho, segundo a profissional, estão a adequação ergonômica do ambiente, a gestão do estresse e a oferta de condições favoráveis à prevenção de riscos.

Principais ferramentas para coletar e analisar dados relacionados aos fatores humanos na prevenção de riscos

A entrevistada explica que os testes psicológicos são instrumentos valiosos na coleta de dados relacionados aos fatores humanos.

“Avaliações de personalidade, de habilidades cognitivas e de indicadores de estresse podem fornecer dados cruciais relacionados aos fatores humanos”, ressalta.

Conforme a especialista, integrar resultados desses testes com tecnologias de análise de dados amplifica a compreensão dos comportamentos e atitudes dos colaboradores.

“Essas informações refinam as estratégias de prevenção, permitindo uma tomada de decisão mais precisa e adaptada às necessidades psicológicas individuais e também coletivas”, opina. 

“Elas proporcionam uma visão mais detalhada das interações humanas com o ambiente de trabalho, o que permite ações a partir de metodologias científicas, evitando decisões sem embasamentos concretos, além de contribuir na implementação de medidas preventivas mais assertivas”, acrescenta.

Desafios na implementação e adoção de soluções inovadoras na prevenção de riscos

Na opinião de Teixeira, a falta de uma cultura voltada para a comunicação entre as hierarquias, a resistência à mudança, a complexidade das interações humanas e a integração com sistemas existentes estão entre os principais desafios enfrentados.

Para superá-los, segundo ela, é crucial envolver os colaboradores desde o início, comunicar os benefícios das soluções, fornecer treinamento adequado e criar uma cultura que valorize a comunicação.

“A liderança também desempenha um papel importante, demonstrando comprometimento, fornecendo recursos e incentivando a melhoria contínua. Portanto, superar esses desafios requer uma abordagem abrangente que envolva colaboradores, comunicação clara e liderança eficaz”, comenta.

Estratégias para melhorar a consciência e capacitação dos colaboradores na prevenção de riscos

Visando melhorar a consciência e a capacitação dos colaboradores, as empresas devem, de acordo com Teixeira, utilizar análises preditivas.

Elas servem para identificar padrões de comportamento de risco, personalizando programas de treinamento para atender às necessidades específicas de cada equipe ou setor.

“Os dados coletados a partir da aplicação de testes psicológicos possibilitam às organizações conhecer e melhor desenvolver seus colaboradores, abordando necessidades emocionais e cognitivas”, exemplifica a psicóloga.

Ela acrescenta que incorporar essas informações em estratégias de conscientização aumenta a eficácia do método, uma vez que se alinha diretamente com as características individuais.

“Combinar dados de testes psicológicos com análises de outros dados internos permite uma abordagem que considere de maneira ampla os fatores humanos na criação de estratégias eficazes, promovendo uma cultura de segurança enraizada na compreensão das necessidades e potencialidades de cada trabalhador”.

“Além disso, a comunicação clara e regular sobre os dados coletados pode aumentar ainda mais a conscientização dos colaboradores, incentivando uma cultura de segurança mais sólida”, finaliza.

LEIA MAIS: