Pólo econômico do Brasil, São Paulo possui uma vasta e complexa rede metroviária que faz uma grande diferença no transporte de passageiros e cargas do estado, além de auxiliar na conexão com outras regiões do Brasil através dos trilhos.

Nos últimos anos, diversos projetos têm sido implementados e planejados para modernizar e expandir essa infraestrutura vital, com o objetivo de melhorar o transporte de cargas e passageiros, aumentar a eficiência logística e fomentar o desenvolvimento social e econômico paulista.

O Pod nos Trilhos, podcast da Revista Ferroviária, entrevistou Rafael Benini, mestre em Economia e secretário de Parcerias e Investimentos de São Paulo, no último mês de agosto.  

Neste artigo, vamos conferir os principais projetos ferroviários divulgados por Benini para o estado. Veja mais sobre o que foi dito nos próximos parágrafos!

O contexto histórico da ferrovia em São Paulo

Historicamente, as ferrovias têm desempenhado um papel crucial no desenvolvimento do estado de São Paulo.

Desde o século XIX, com a construção da primeira linha férrea, as ferrovias facilitaram o transporte de café, açúcar e outros produtos, impulsionando a economia paulista.

No entanto, ao longo das décadas, a falta de investimentos e a crescente concorrência com o transporte rodoviário resultaram em uma rede ferroviária subutilizada e deteriorada.

A necessidade de modernização

Com o crescimento populacional e a expansão das atividades econômicas, a demanda por um transporte eficiente e sustentável aumentou.

Logo, a modernização da infraestrutura ferroviária tornou-se algo essencial para atender a essa demanda e oferecer uma alternativa competitiva ao transporte rodoviário.

Em resposta a esses desafios, o governo de São Paulo e as empresas de transporte ferroviário têm promovido uma série de projetos inovadores.

SP nos Trilhos: execução de projetos vai até 2038

Em maio de 2024, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, lançou o programa SP nos Trilhos. A proposta reúne mais de 40 projetos, com previsão de execução até 2038, para a malha metroviária do estado. 

Ao todo, os projetos do programa SP nos Trilhos somam mais de R$ 194 bilhões em investimentos e mais de 1 mil quilômetro de extensão da malha ferroviária estadual.

Alguns dos projetos do SP nos Trilhos que foram destacados são:

  • TIC Eixo Norte (São Paulo-Campinas), que será implementado pelo consórcio C2 Mobilidade após a formalização do acordo de concessão assinado ainda em maio;
  • Linhas 11, 12 e 13 (Alto Tietê) de trens urbanos (em fase de audiência e consulta pública);
  • Linhas 10 e 14 (ABC Leste);
  • Expansão das linhas 19 e 20 (do ABC indo até a Saúde, integrada com a Linha 1);
  • TICs Eixo Oeste (São Paulo-Sorocaba), Eixo Leste (São Paulo-São José dos Campos) e Eixo Sul (São Paulo/Santos);
  • Mudança de sinalização das linhas 8 e 9.

O objetivo, segundo Rafael Benini, é expandir a malha metroviária de São Paulo em 85% até 2038.  

Trem Intercidades

Outro projeto em destaque é o Trem Intercidades, que busca oferecer uma alternativa de transporte rápido e confortável entre as principais cidades do estado, como São Paulo e Campinas.

O projeto prevê a utilização de trens de alta velocidade, reduzindo significativamente o tempo de viagem e proporcionando uma opção viável para os usuários que atualmente dependem do transporte rodoviário.

Desafios a serem enfrentados

Apesar dos avanços, os projetos metroviários em São Paulo enfrentam desafios significativos.

A falta de operadores ferroviários no Brasil, o alto custo dos projetos e a idade da frota – mais de 50% dos trens das linhas 11, 12 e 13 têm apenas 20 anos de vida útil – foram alguns citados por Benini durante o Pod nos Trilhos.

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