Uma área estratégica para as empresas, a logística tem se transformado com a utilização de novas tecnologias e práticas. Esse conceito tem sido chamado de logística 4.0, a quarta revolução industrial aplicada ao segmento de supply chain.
O assunto foi tema de um dos recentes episódios do Papo em Movimento, que contou com as participações de Rafael Buzzi, Diretor de Projetos da Alca Distribuidora, e Eduardo Valença, diretor de Transformação Digital da Wilson Sons.
Confira o que eles falaram neste encontro organizado pela Intermodal Digital!
O uso das novas tecnologias nas operações logísticas
Falando sobre sua experiência na Alca, Buzzi falou sobre a importância que as novas tecnologias têm para que o monitoramento por imagens para o setor de logística e distribuição seja feito com qualidade.
“Estamos focando muito em nossas soluções principalmente na distribuição de análise de vídeo, extraindo informações a partir das imagens e relacionando elas com o restante de outras soluções que já agregam ao cliente”, relatou.
Ele afirmou ainda que “isso vai desde um sistema de controle de acesso ou automação de um gate com a solução de análise de vídeo, e tudo integrado com Big Data, por exemplo.”
Complementando, Valença destacou um estudo da Wilson Sons que mapeou mais de 500 startups espalhadas pelo mundo para verificar pontos que podem auxiliar em especial no setor marítimo e de navegação em que a empresa atua.
“Quando falamos de blockchain, Big Data e Inteligência Artificial, todas essas novas tecnologias da indústria 4.0 já estão impactando as operações marítimas e portuárias”, reforçou.
Ele prosseguiu: “A análise massiva de dados impacta para prover mais dados para uma tomada de decisão mais eficiente, e a IA é utilizada na óptica de alocar recursos de maneira mais correta, com a cibersegurança e blockchain promovendo essa questão de confiabilidade para toda a cadeia.”
Captura de imagens para dados e uso da IA no setor portuário
Ainda comentando o estudo da Wilson Sons, Valença revelou as tendências que a empresa percebeu no levantamento e que devem ditar algumas mudanças em especial na logística marítima e portuária nos próximos anos. Ele detalhou:
“A descarbonização é uma delas, e vemos muitas startups nascendo com soluções dedicadas a armadores portuários. Também as soluções de compartilhamento de dados, sendo cada vez mais vital que as empresas compartilhem os dados entre si para que as operações sejam mais orquestradas. E também a robótica, onde temos exemplos de embarcações e terminais autônomos.”
Alinhando-se a esta visão, Buzzi observou que a captação e uso de imagens de forma cada vez mais massiva com as novas tecnologias pode ser uma forma de aliar tais mudanças de forma efetiva e em prol de melhores resultados logísticos.
“Soma-se a isso que o Eduardo falou a captura de imagens, com elas sendo utilizadas para compor a segurança, desde a cibersegurança até a entrega, para que a operação seja mais efetiva de fato”, ponderou o representante da Alca.
Para Valença, a aplicação de tecnologias na logística é algo que tem acontecido cada vez mais rápido. Ele citou o fato de que a Wilson Sons tem utilizado a IA para alocar melhor os ativos ao longo da costa, pois a tecnologia permite saber onde os rebocadores devem estar posicionados para otimizar este fluxo.
“Coletando dados de profundidade em tempo real nós conseguimos fornecer aos portos e terminais com entendimento em tempo real do leito marítimo, e isso para a segurança da navegação é muito importante”, refletiu.
As aplicações do Big Data nas atividades do supply chain
Questionado sobre como as empresas do setor logístico em suas variadas ramificações podem utilizar o Big Data em suas atividades, Buzzi diz crer que é preciso primeiramente verificar os dados e as necessidades para encontrar a melhor maneira de aproveitar essas novas oportunidades tecnológicas na área.
“Eu classifico em duas fases: uma é tentarmos extrair o máximo de informações das imagens. Então imagine que a gente tenha um projeto de controle da informação com radares específicos onde através da navegação autônoma é possível fazer um controle preciso”, comentou.
Ele continuou: “E com dados já conhecidos é possível agregar ainda mais efetividade. Portanto, as palavras de ordem são integração e efetividade.”
Ainda segundo Buzzi, com a tecnologia disponível hoje já é possível processar e entregar as imagens com qualidade e agilidade, e, aliada ao Big Data, é possível utilizar isso tanto para aspectos de segurança quanto operacionais.
“O Big Data ajuda a compor o correlacionamento da operação, pois os dados muita gente já tem, mas qual é o desafio? Pegarmos esse dado e o correlacionarmos com outros bancos”, comentou.
Ele concluiu: “As funções do Big Data são as mais variadas possíveis, mas quando tenho a informação e a necessidade, o sistema irá entregar a solução de forma mais efetiva e rápida.”
Assista ao episódio completo e veja tudo o que foi dito pelos especialistas!