O Brasil enfrenta grandes gargalos logísticos que comprometem o agronegócio. Entre eles está a dificuldade de armazenar as safras de grãos, como café, arroz, milho e soja.

Os dados mostram que o agronegócio é responsável por 27,4% tendo um crescimento de 8,36% em 2021. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), a safra de grãos brasileira 2021/2022 deve alcançar 271,3 milhões de toneladas.

Os silos de armazenagem são uma ótima solução para estocar as produções e contornar esse gargalo do agronegócio, que dificulta a exportação de produtos.

Para entendermos mais sobre esse tema, conversamos com Fernando Nolibos, consultor de logística operacional e professor do curso Técnico em Logística do Senac EAD.

Confira, a seguir, as observações que Nolibos fez sobre o assunto e fique bem informado sobre os silos de armazenamento!

Afinal, o que são os silos de armazenamento de grãos?

Segundo Nolibos: “Os silos de armazenamento de grãos são enormes estruturas desenvolvidas com estudos e adequações tecnológicas, que têm como principal função processar e guardar os grãos produzidos, com o intuito de preservar suas qualidades físicas e químicas desde o início da colheita até o momento de escoamento das safras para distribuição no mercado consumidor interno ou para novos destinos nos diferentes corredores de exportação”.

O professor acredita que investir na armazenagem de grãos é a certeza e o desejo do produtor rural em manter a produção por perto, tendo o controle do que foi produzido, equacionando variáveis que permeiam processos adequados.

O funcionamento dos silos de grãos para exportação

“Para manter a qualidade e as propriedades nutritivas dos grãos, os silos são preparados para receber a produção de grãos, e conservá-los em perfeitas condições, livre da ação de pragas e insetos”, explica Nolibos.

Ele continua: “É essencial cuidar da boa armazenagem, conservando os grãos produzidos com o objetivo de proteger suas características da colheita até o beneficiamento.”

Ele também destaca que outro ponto crucial no correto funcionamento dos silos está reservado, tanto ao controle da temperatura quanto da umidade, efetuados por especialistas e sistemas avançados.

Tipos de silos para armazenagem

Os grãos devem ser acomodados e armazenados em uma estrutura adequada, com as condições e cuidados necessários para a sua cultura. 

Para isso, existem vários tipos de silos, cada qual com suas características e respectivas funções e divisões. Nolibos destaca os principais, conforme o esquema a seguir:

  • Silo armazenador: é aquele que recebe o produto limpo após a secagem e recebe aeração quando necessário para uniformizar a umidade e resfriar a massa de grãos;
  • Silo secador: recebe ar natural ou aquecido para secagem dos grãos. Deve-se ter cuidado com esse processo, deve ser lento e a umidade não deve ser elevada, já que pode ocorrer o aquecimento da massa e fermentação, o que pode afetar a qualidade do grão;
  • Silo de espera: é usado como apoio durante o recebimento dos grãos, pois armazenam os produtos limpos, porém úmidos, por poucas horas até o momento deles irem para o secador e atingir a umidade desejada;
  • Silo de expedição: são silos suspensos que recebem os grãos dos silos armazenadores, por meio de transportadores e os grãos são liberados, por gravidade, sobre o veículo transportador, geralmente, podendo ser caminhão ou vagão ferroviário.

Integrando os silos às estratégias de exportação de grãos

No entender de Nolibos, o Brasil é um país com dimensões continentais quando o assunto é o setor primário. 

Diante desse cenário, o especialista acredita que reduzir os custos com a logística, adequando o meio de transporte, representa um aumento na margem de lucro e avanços nas ações de sustentabilidade para o agronegócio.

“Para integrarmos os silos com uma estratégia eficaz de exportação de grãos, é preciso oportunizar a comercialização dos produtos em períodos mais propícios, abranger diversos modais (rodovias, hidrovias, ferrovias e outros), sendo influenciada por fatores como: preço, clima e sazonalidade”, diz ele.

O especialista complementa: “É necessário flexibilizar pontos de origem de escoamento e destino, mas principalmente o intercâmbio entre os modais. Isso trará maior competitividade e menores gastos para os produtores brasileiros”.

Em suma, quando falamos em logística e seus benefícios precisamos entender que o uso dos silos permite o planejamento, a escolha de modais de transporte e de distribuição dos grãos de forma eficiente e economicamente viável.

Por isso, os operadores logísticos devem prestar atenção nisso e escolher silos de armazenagem adequados para a exportação.

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