A escolha da aeronave certa para o transporte de cargas envolve considerações detalhadas sobre capacidade, flexibilidade, adaptação a diferentes tipos de carga e eficiência operacional. 

Também cabe lembrar que as decisões tomadas nesse âmbito impactam a logística, os custos e a eficácia geral das operações de transporte aéreo de cargas. Por isso, esse tema é tão relevante.

Considerando as informações desse preâmbulo, entrevistamos Thiago Alencar. Ele é formado em Comércio Exterior, atua há mais de 14 anos com operações aéreas e, atualmente, ocupa o cargo de diretor de operações da RS Transitários. 

Acompanhe mais sobre o tema a seguir!

As principais categorias de aeronaves de carga

Alencar esclareceu que, de maneira simplificada, existem dois tipos principais de aeronaves de carga. Em suas palavras, são elas:

  • Cargueiras: “são aeronaves projetadas e/ou personalizadas para embarque de cargas exclusivamente. Com um deck principal amplo para o carregamento de cargas com maiores dimensões e peso”; e
  • Mistas: “são aeronaves que transportam passageiros e cargas, de modo que os itens ficam abaixo do deck com as pessoas. Aqui existem as restrições de dimensões e peso, por conta do tamanho da porta do compartimento e a movimentação da carga dentro do compartimento”.

Capacidade, alcance e flexibilidade das aeronaves

Sobre as capacidades de carga, alcance e flexibilidade, Alencar destacou a singularidade de cada modelo e fabricante. 

De acordo com o diretor da RS Transitários, geralmente, as aeronaves podem ser divididas em:

  • Voos intercontinentais: “têm menor capacidade de carga e maior flexibilidade em aeroportos menores”; e
  • Voos transcontinentais: “oferecem maior capacidade de carga, mas requerem aeroportos com pistas maiores, limitando sua flexibilidade operacional”.

Adaptação a variados tipos de mercadorias

Para a adaptação de diferentes tipos de mercadorias, Alencar identificou três categorias principais:

  • Carga paletizada: “volumes menores consolidados em pallets, com sistemas de rolagem de carga dentro do deck para facilitar a movimentação”;
  • Carga solta: “caixas ou volumes individuais, geralmente manipulados manualmente quando a aeronave não dispõe de sistemas de movimentação interna”;
  • Cargas especiais: “incluem itens perecíveis ou com requisitos especiais de temperatura, exigindo alocação e, às vezes, pressurização do compartimento de carga”.

Cargueiro aereo.jpg

Eficiência operacional e custos associados

Alencar ressaltou que a eficiência operacional está diretamente ligada aos custos de aquisição, manutenção e eficiência de combustível. 

“As diferenças operacionais são significativas e por isso a melhor alocação/escolha da aeronave considerando rota, tipo de carga e aeroportos no trajeto são importantes”, declarou o especialista.

Inovações e tendências emergentes no setor

Quanto às inovações e tendências, Alencar mencionou o foco contínuo nos sistemas propulsores para melhorar a eficiência no consumo de combustível, por meio de materiais mais leves e designs aerodinâmicos. 

“O destaque fica com o Boing 777x que foi projetado como avião passageiro, porém de fácil conversão para aeronaves de cargas”, observa ele.

LEIA MAIS