A escalada da pressão pela adoção de soluções energéticas menos poluentes e mais eficientes do ponto de vista de custos se intensifica a cada dia. Seja qual for o segmento econômico de atuação, as empresas têm no horizonte o desafio de implementar dinâmicas de produção e distribuição alimentadas por fontes renováveis de energia que minimizem o impacto ao meio ambiente, sob o risco de perderem competitividade no mercado e testemunharem o comprometimento da percepção dos seus clientes sobre seus valores e propósitos institucionais.
No cenário portuário não é diferente. Segundo a Organização Marítima Internacional (IMO), os portos têm um importante papel no processo da transição energética. Para acontecer a descarbonização nos portos, de acordo com estudo feito pela DNV GL, certificadora da indústria marítima, é preciso eletrificar as atividades conectadas ao porto e substituir combustíveis fósseis por energias renováveis.
Outra providência a ser tomada seria a troca do combustível no transporte marítimo, com mudanças nas instalações de bunkering, e a eletrificação na indústria participante da dinâmica portuária. Ainda são discutidos, no estudo da DNV GL, a integração da energia eólica offshore, captura e armazenamento de carbono e o hidrogênio como novo vetor de energia.
Vale mencionar o destaque que o hidrogênio verde vem ganhando. O assunto foi abordado durante a COP 27, Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, e colocou o Brasil como um dos principais players no mercado para transportar o vetor energético com eficiência, criando assim o Programa Nacional de Hidrogênio (PHN2), coordenado pelo Ministério de Minas e Energia.
Papel dos Portos
Os investimentos anunciados para a construção de usinas produtoras de hidrogênio verde (H2V) no Brasil já somam mais de US$ 22 bilhões, todos concentrados em portos, como o Pecém, no Ceará, Suape, em Pernambuco, e Açu, no Rio de Janeiro.
O desafio do setor portuário será uma das frentes de atenção do novo ministro, Márcio França, que assumiu o Ministério de Portos e Aeroportos no terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva. O novo ministro afirma que a autoridade portuária deve permanecer pública e que isso será mantido em seu governo.
França também comentou que a entrada para o Porto de Santos deve ser remodelada, a partir das quatro pistas na entrada da cidade. “Na minha época de menino, íamos visitar o porto. Hoje em dia, ninguém se interessa mais por fazer essa visita, embora o Porto de Santos bata recorde em números”, disse. Outro projeto no horizonte do ministro é o túnel submerso de interligação entre Santos e Guarujá, cidade vizinha. Ele afirmou que, independente da privatização, o túnel sairá de forma rápida, surpreendendo a todos.
Quanto ao Ministério de Portos e Aeroportos, reativado no atual governo, Márcio França disse que o orçamento do país precisa ser reequilibrado e que ele confia no ministro da economia, Fernando Haddad, para enfrentar a demanda. “O Porto de Santos, assim como os aeroportos de todo o Brasil são essenciais para esse reequilíbrio. Na área de portos, aeroportos e hidrovias, temos no Brasil mais de 500 aeródromos públicos, além dos portos. Uma grande responsabilidade que será assumida, pela primeira vez, por uma pessoa do litoral”, comentou o ministro.
França foi prefeito de São Vicente, cidade da Baixada Santista, em São Paulo, e também deputado federal por dois mandatos. Ele vai atuar na administração de 35 portos públicos, mais de 200 terminais privados, além da fiscalização de aeroportos, aeródromos e helipontos. O ministro destacou a importância do setor e disse que 90% do comércio exterior brasileiro passa pelos portos.
Intermodal 2023
A transição energética e as oportunidades de negócios será tema de um dos painéis do segundo dia do Congresso Intermodal South America, que acontece durante a 27ª Intermodal South America, de 28 de fevereiro a 2 de março de 2023, no São Paulo Expo. Nos tópicos de discussão, os panelistas apresentarão as principais dificuldades, novidades, possíveis soluções para o desenvolvimento de projetos de energia eólica offshore e a produção de hidrogênio verde nos portos para exportação. Serão discutidas, ainda, as plantas de produção e montagem de grandes componentes das plantas eólicas nos portos.
A primeira edição do Congresso da Intermodal South America tem sua programação dividida da seguinte forma: o primeiro dia (28/02) está dedicado a explorar as principais questões da infraestrutura logística; o segundo está dedicado aos portos e o terceiro ao debate sobre as inovações tecnológicas associadas ao transporte de cargas. O evento acontece simultaneamente à Conferência Nacional de Logística (CNL), uma realização da Abralog (Associação Brasileira de Logística), e ambos compõem o Interlog Summit, uma novidade criada para oferecer ao mercado conteúdo exclusivo e insights dos principais especialistas da atualidade.
“É um momento de grande expectativa para o mercado como um todo. O novo governo deu início a 2023 com mudanças importantes e as empresas que operam nos setores da logística, do transporte e do comércio exterior estão atentas aos novos projetos de desenvolvimento da infraestrutura logística que possam ser colocados em marcha”, comenta o diretor do portfólio de Infraestrutura da Informa Markets Brasil, promotora e organizadora da Intermodal South America, Hermano Pinto Jr.
A Intermodal South America, considerado o maior e mais completo evento das Américas de transporte de cargas, multimodalidade, logística, intralogística e comércio exterior, contará este ano com mais de 500 marcas representantes de todos os elos da cadeia de suprimentos e de distribuição. A expectativa dos organizadores é atrair mais de 40 mil profissionais do setor.
Faça a sua incrição e conheça os expositores! Confira também o INTERLOG SUMMIT, a união inédita de dois grandes congressos a tradicional Conferência Nacional de Logística e a primeira edição do Congresso Intermodal South America, novidade que fomentará discussões do setor de transporte internacional.. Saiba mais e compre seu ingresso!