Mais do que a proximidade geográfica, o Uruguai tem se destacado como estratégico para a logística das empresas brasileiras por um conjunto de fatores que garantem previsibilidade e otimização às operações. Dentre os pontos positivos estão o seu marco normativo, a sinergia entre as esferas pública e privada, a infraestrutura de serviços logísticos e a qualificação de empresas e profissionais desse setor. Destaca-se também pelas facilidades que proporciona para a realização de negócios e pelo tratamento igualitário a investidores estrangeiros em relação aos uruguaios.
“Nos últimos 30 anos, o Uruguai tem retomado a vocação histórica e se posicionado como um hub logístico da América do Sul, complementando a cadeia de valor do Brasil e da Argentina e servindo como canal de exportação e importação paraguaia, chilena e boliviana. Isso ocorre tanto por plataforma marítima, paso fronterizo, como pelo Aeroporto Livre, o que dá mais alcance na América Latina”, afirma Emilio Rivero, gerente geral do Instituto Nacional de Logística (Inalog).
Motivos para considerar o Uruguai no plano logístico
1 – Agilidade nos processos
A eficiência dos serviços logísticos permite reduzir o transit time, reduzir os tempos de inventário devido à maior rotação de estoque e ter ótimos prazos de entrega. A Alfândega uruguaia busca facilitar os negócios por meio de processos ágeis e previsíveis, continuando a exercer sua função de controle aduaneiro. Para se ter uma ideia, mais de 96% da mercadoria é liberada em menos de oito horas após a atribuição do canal de revisão aduaneira.
“Somos alternativa para empresas brasileiras complementarem a cadeia de valor em cenários complexos e voláteis. Conte com a gente para otimização ou em situações de contingência”, diz o gerente geral do Inalog.
2 – Ambiente favorável aos negócios
Rivero aponta que o Uruguai é um país caracterizado pela respeitabilidade a normas e contratos. “O esquema de negócio é amigável com o empresário, promovendo tratamento igualitário a estrangeiros e locais. Aqui, há transparência, baixa corrupção, política aberta ao investidor e prestação de serviço.”
Na América do Sul, o Uruguai aparece como a terceira economia em termos da facilidade de fazer negócios, de acordo com o mais recente relatório Doing Business do Banco Mundial.
3 – Sinergia dos ambientes público e privado
Esses dois setores convivem em âmbito de sinergia, e isso se dá com o setor privado mirando em desenvolvimento enquanto o público busca o alinhamento do país, sempre em diálogo permanente. O Inalog é exemplo disso ao ter representado essas duas forças na mesma mesa: Centro de Navegación, Terminal de Cargas de Uruguay, Asociación Uruguaya de Agentes de Carga, transportadores, operadores logísticos, alfândegas, Administración Nacional de Puertos, entre outros.
4 – Capacidade de receber demanda estrangeira
Se por um lado o mercado doméstico do Uruguai não é muito grande o comércio exterior é significativo e demonstra capacidade de oferecer serviços logísticos e infraestrutura. “Portos, aeroportos e rodovias internacionais são bastantes grandes para o que o comércio exterior necessita. Há interconexão de plataformas logísticas, permitindo chegar rapidamente aos países vizinhos”, destaca Rivero.
5 – Alta capacidade portuária
Segundo o World Economic Forum (The Global Competitiveness Report 2016-2017), o Uruguai é o segundo país da América do Sul em qualidade de infraestrutura portuária. Há 15 portos, dos quais oito são comerciais, localizados em diversas áreas do país. Atenção para o Porto de Montevidéu, localizado no meio do corredor bioceânico Atlântico-Pacífico e considerado a porta de entrada para o Mercosul.
Esse porto principal tem dois terminais privados: Terminal Graneleira Montevideo (TGM), especializada na movimentação de granéis, e o Terminal Cuenca del Plata (TCP), especializado em recipientes.
O atual regime do Porto Livre vigente naquele país permite livre circulação de mercadorias, prazo prolongado de armazenamento de mercadoria isento de impostos, e simplificação de trâmites, dentre outros benefícios.
Durante a permanência na área aduaneira do porto, a mercadoria fica isenta de todos os impostos e juros aplicáveis à importação.
6 – Aeroporto Livre
O Terminal de Carga do Aeroporto de Montevidéu é a única Zona de Aeroporto Livre da América do Sul que reúne transporte multimodal, benefícios fiscais, infraestrutura desenvolvida especialmente para a indústria farmacêutica, entre outros, e a capacidade de realizar atividades de valor agregado às mercadorias.
Uma porta de entrada competitiva para os negócios sul-americanos, com regime de isenção de impostos e incentivos ao investimento em um país com estabilidade social, econômica e política. Sua localização está a duas horas de voo de São Paulo, Rio de Janeiro, Buenos Aires, Santiago e Assunção.
7 – Infraestrutura rodoviária
O fluxo de comércio intra-área no Uruguai ocorre, principalmente, por meio do sistema rodoviário. Existe uma rede viária que liga Montevidéu às principais cidades da região. Três pontes sobre o rio Uruguai ligam o país com a Argentina, enquanto com o Brasil o acesso é feito pelas fronteiras terrestres nas cidades de Bella Unión, Artigas, Rivera, Aceguá, Rio Branco e Chuy.
8 – Entreposto aduaneiro (Depósito Aduaneiro Privado)
O entreposto aduaneiro é o regime pelo qual a mercadoria entra e permanece em um local da administração privada sem o pagamento de impostos para a sua posterior inclusão em outro regime aduaneiro, o seu reembarque ou reexportação. Isso cria uma opção do hub logístico uruguaio para instalar centros de distribuição, depositando ali as mercadorias em trânsito.
9 – Zona franca
O Uruguai conta na atualidade com 11 zonas francas com diversas especializações, a maioria delas próximas à área metropolitana. Dentro suas atividades, destacam-se: comercialização de bens, depósito, armazenamento, acondicionamento, seleção, classificação, fracionamento, armado, desarmado, manipulação ou mescla de mercadorias ou matérias-primas de procedência estrangeira ou nacional.
Os usuários das zonas francas estão isentos de todo tributo nacional criado ou a criarse como as mercadorias que transitam e estão armazenadas. O período de permanência da mercadoria nas zonas francas é ilimitado.
Conheça mais sobre a cadeia de valor da logística do Uruguai em http://www.inalog.org.uy/pt