O transporte ferroviário entra em uma nova era com a ascensão dos vagões autônomos, uma alternativa segura e sustentável que promete revolucionar a indústria.
Para entender mais dessa inovação, conversamos com Marcelo Cerqueira, professor do curso de Tecnologia em Logística no Senac EAD.
A automação no transporte ferroviário está prestes a mudar o jogo, e estamos aqui para trazer as informações mais recentes sobre o tema. Acompanhe a seguir!
Vagão autônomo: entenda o que é e como funciona
O vagão autônomo de trem é uma verdadeira inovação no transporte ferroviário, como explica Cerqueira.
Ele descreve o sistema como um “contêiner ambulante”, que é equipado com baterias, sensores, motor e um sistema de transmissão. Segundo o professor, é isso que torna um vagão comum capaz de se mover de forma rápida e econômica nos trilhos.
Falando sobre o nível de automação, o professor explica que “cada vagão tem seu sistema de propulsão elétrica autônoma, não sendo necessário nenhuma intervenção humana.”
Ainda segundo o especialista, “eles contam com a tecnologia driverless que possui sensores de proximidade (que evitam a colisão), transmissores de localização e câmeras para monitoramento e escaneamento de cargas transportadas.”.
Benefícios dos vagões autônomos para o setor ferroviário
“Os benefícios dos vagões autônomos para o setor ferroviário são abundantes”, ressalta Cerqueira.
Ele destaca a redução do número de pessoas envolvidas na operação de carregamento e descarregamento. De acordo com o especialista, isso aumenta a eficiência e diminui os riscos associados à segurança no local de trabalho.
Além disso, Cerqueira enfatiza que os vagões autônomos proporcionam uma maior precisão no cumprimento dos prazos de entrega, garantindo que as mercadorias cheguem ao destino no momento esperado.
Ao mesmo tempo, esses vagões utilizam energia limpa, contribuindo para a redução da poluição, e têm uma maior capacidade de escoamento de mercadorias.
“Trens mais modernos do mercado podem transportar 30 toneladas por eixo, chegando a 120 toneladas por vez em um único vagão”, salienta nosso entrevistado.
Desafios para a implementação dos vagões autônomos
A implementação dos vagões autônomos no sistema ferroviário enfrenta desafios significativos.
Um dos principais, de acordo com Cerqueira, é a necessidade de acoplar e desacoplar vagões, que atualmente respondem por uma parcela substancial (cerca de 30 a 40%, do custo do frete). Isso resulta em uma velocidade média relativamente baixa, em torno de 18 km/h, entre a origem e o destino.
Além disso, os desafios enfrentados para a implantação de vagões autônomos nas ferrovias se assemelham aos dos trens convencionais. São exemplos:
- Limitações de capacidade em corredores principais;
- Descontinuidades na velocidade média do transporte de cargas;e
- Problemas de acesso aos portos e infrações à margem das ferrovias, especialmente nas periferias metropolitanas.
Cerqueira também destaca a necessidade de uma expansão da malha ferroviária, desburocratização para concessões e financiamento.
De acordo com o docente do Senac EAD, superar esses desafios será essencial para a efetiva implementação e sucesso dos vagões autônomos no setor ferroviário.
Perspectivas e tendências da adesão no transporte ferroviário
Cerqueira reforça que a ferrovia já entrou na era digital, e que a visão computacional tem o potencial de abrir um leque de possibilidades, como o monitoramento de passagens em nível.
A velocidade do transporte ferroviário também está destinada a aumentar. “Há projetos visando trens viajando a até 400 km/h em linhas principais de carga, trazendo maior eficiência e rapidez”, diz o profissional de Logística.
Em suma, a automação no transporte ferroviário promete contribuir significativamente para a interconectividade e integração dos sistemas de transporte. Os vagões autônomos, é claro, têm um papel importante nisso tudo.
Para seguir se informando, veja agora nosso artigo sobre o trem movido a hidrogênio verde: mais sustentabilidade nas ferrovias.