Quando falamos em otimização de carga no transporte ferroviário, um assunto que está em alta é o vagão double stack.

Com esse tipo de vagão fica mais simples reduzir custos com o transporte de cargas vivas, grãos, líquidos, refrigerados, entre outras modalidades.

Roberto Gonçalves, professor dos cursos de Logística do Senac EAD, trouxe valiosas explicações sobre esse tipo de vagão. Confira mais abaixo!

Entenda o que é um vagão double stack

“O vagão double stack, é o que transporta duas pilhas de contêineres, ou seja, ele

permite colocar um contêiner em cima de outro”, explica Gonçalves.

Ainda segundo o professor, geralmente, um vagão double stack permite o carregamento de três ou quatro contêineres por plataforma. 

Isso faz com que o transporte seja otimizado em toda a malha ferroviária, da origem ao destino.

Veja como o vagão double stack otimiza o transporte de cargas

De acordo com Gonçalves, a otimização que o vagão double stack proporciona resulta em uma eficiência de transporte ferroviário espetacular, dobrando ou triplicando a quantidade de mercadorias transportadas por quilômetro rodado. 

“O vagão double stack traz um ganho acima de 120% da capacidade em relação aos vagões tradicionais, pois agiliza a carga e a descarga nas movimentações dentro da intermodalidade, proporcionando também ganhos de tempo entre a origem e o destino”, explica o professor.

Ele ainda comenta mais vantagens do modelo: 

“Esse tipo de vagão otimiza o valor de frete, pois comporta uma capacidade de carga em dobro em uma mesma plataforma. Também otimiza a segurança no transporte por seu padrão travamento e fixação, não necessitando de lonas e nem cordas e, por fim, proporciona uma grande redução de combustível operacional”

Desafios observados no uso do vagão double stack

Apesar de ser um método demasiadamente interessante para as empresas, o uso do vagão double stack ainda não pode ser utilizado por grande parte dos operadores logísticos brasileiros.

“Nesse contexto de otimização os vagões double stack têm desafios a desbravar pelo Brasil, pois sendo um país continental e ainda carente de novas linhas férreas, está diante desse equipamento eficiente no seu propósito e se depara com o desafio das ferrovias”, observa Gonçalves.

Ele prossegue: “Afinal,  ainda temos linhas férreas com problemas de bitolas dos trilhos e em relação ao método construtivo para suportar tal carga em movimento.”

Falando sobre o que pode melhorar no segmento ferroviário para o maior uso do tipo de vagação, o professor destaca algumas mudanças que devem ser realizadas.

“Os desafios ainda se mostram sendo flexibilizados pelos novos investimentos oriundos das empresas operadoras em suas concessões, para adaptar as ferrovias ao uso mais constante de vagões double stack”, explica.

Os desafios para o uso dos vagões double stack, como pode-se perceber, são semelhantes aos que afetam outros aspectos do setor ferroviário de modo geral.

Espera-se que a autorregulação ferroviária possa trazer melhorias nesse sentido. Para saber mais, baixe o nosso e-book que trata sobre essa temática!