Quando falamos no abastecimento de energia com óleo e gás, estamos nos referindo a um dos processos de logística mais complexos do mundo. A intermodalidade está muito presente no processo e ajuda a otimizar as rotas utilizando diferentes meios de transporte.
Conversamos sobre esse assunto com Juliano Dantas, que é gerente do Centro de Pesquisa da Petrobras.
Ele nos explicou sobre os processos de intermodalidade no abastecimento de energia com óleo e gás, bem como as novas tecnologias envolvidas no processo. Veja, a seguir!
Modais utilizados na transferência de óleo e gás no Brasil
Juliano Dantas explica que a intermodalidade está muito presente no transporte de óleo e gás no Brasil. Isso porque o petróleo é transportado até as refinarias e indústrias por meio de oleodutos, gasodutos, navios-petroleiros e terminais marítimos.
Entre os modais que são utilizados na transferência de óleo e gás no Brasil, de acordo com o gerente do Centro de Pesquisa da Petrobras, se destacam os oleodutos e os dutos de transferência.
Nas palavras do especialista: “Os oleodutos são dutos, terrestres ou marítimos, de transporte ou transferência que movimentam petróleo, líquidos de gás natural, derivados e todos os produtos líquidos cujas operações de movimentação sejam feitas pela ANP, exceto gases liquefeitos por baixa temperatura”.
Dantas também comenta sobre os dutos de transferência, que são aqueles em que a movimentação de petróleo, seus derivados e biocombustíveis ocorre em meio ou percurso considerado de interesse específico e exclusivo do proprietário ou explorador das facilidades.
Ainda de acordo com Dantas, por via terrestre, ocorre apenas a movimentação e comercialização fracionada de óleo, derivados e gás.
Novas tecnologias utilizadas no transporte de óleo e gás
Ao conversarmos com Dantas sobre a logística e a intermodalidade no abastecimento e transporte de óleo e gás, questionamos o representante da Petrobrás sobre as novas tecnologias que estão sendo implementadas na área.
Confira, a seguir, as novidades que estão surgindo no setor e que foram citadas pelo especialista.
Dynamic Positioning System
Dantas nos explicou que a Dynamic Positioning System funciona como uma espécie de âncora por GPS.
“Ela serve para manter o navio que faz o alívio das plataformas que não estão ligadas a dutos de escoamento (Shuttle Tanker) fixo em uma posição. Sem esse recurso, ele estaria à mercê da força das marés e dos ventos. Portanto, exposto ao risco de perda de controle e, assim, ter sua posição alterada”, explica.
Floating Production Storage & Offloading Vessel (FPSO)
A Floating Production Storage & Offloading Vessel, por sua vez, consiste em um navio adaptado para fazer as suas funções por meio de uma plataforma.
“Um FPSO também tem capacidade de tratar e estocar petróleo. Nesse ponto percebe-se o quanto a evolução tecnológica vem beneficiando o setor e os navios desse tipo”, comenta Dantas
Robótica e nanorobótica
No que se refere à robótica e a nanorobótica, Dantas explica que podemos destacar as capacidades dos robôs nas operações, que conseguem transmitir dados para mapear características de um poço, por exemplo.
“É possível que um poço tenha 200 sensores com emissão de dados 24 horas por dia e 7 dias por semana”, exemplifica o gerente da Petrobras.
A intermodalidade pode ser vista como uma solução para o avanço da logística nacional. Saiba mais sobre isso em nosso conteúdo que fala sobre esse tema!