Só em janeiro de 2021, de acordo com a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), o transporte aéreo de cargas movimentou quase 76 mil toneladas de mercadorias transportadas. O número foi o maior da história, desde 2000, quando se começou a monitorar o indicador. 

O crescimento do modal mostra como o transporte aéreo pode fazer a diferença no campo logístico e servir para a movimentação de diferentes tipos de mercadorias.

Pensando nisso, decidimos falar um pocou mais sobre essa modalidade de transporte, além de conversar com um especialista no assunto. Quer saber mais? Então continue com a gente!

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O que é o transporte aéreo de carga?

O transporte aéreo de cargas é aquele que utiliza aeronaves como aviões e helicópteros para levar insumos e mercadorias de um lugar ao outro. 

É o modo mais rápido e também seguro, sendo especialmente útil quando para produtos perecíveis ou muito sensíveis, que precisam de agilidade e cuidado em seu transporte. Um grande exemplo disso foram as vacinas da Covid-19, que precisavam ser rapidamente distribuídas pelo mundo, e claro, em segurança.

Entretanto, esse modal também é bem custoso, além de possuir restrições quanto aos tipos de produtos que pode transportar. 

Como funciona esse modal?

O transporte aéreo de cargas acontece por meio do fretamento de espaços nas aeronaves, ou seja, alguém paga pelo uso de determinada área do veículo onde será alojada a mercadoria. O meio de transporte pode ser desde um avião de carga, especializado nesse tipo de serviço, ou até mesmo aeronaves comerciais mais convencionais.

Então, a carga é armazenada em contêineres ou pallets de tamanhos padronizados, adaptados para a aeronave, e em seguida eles são colocados naquele espaço contratado.

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Quem regulamenta o transporte aéreo de carga?

Para garantir a eficiência e a segurança desse modal de transporte, existem diferentes instituições que regulamentam o setor do trasporte aéreo no Brasil e também no resto do mundo.

No Brasil, a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e a Receita Federal são os órgãos responsáveis por definir as regras e os padrões de qualidade, segurança e higiene necessários para a prestação dese serviço.

Outros países possuem seus próprios órgãos reguladores nacionais, porém, também existem instituições internacionais, que visam estabelecer diretrizes básicas para todos os países. É o caso da Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA) e da Organização da Aviação Civil Internacional (OACI).

Quais os tipos de cargas do modal aéreo?

Existem diferentes tipos de bens e produtos que podem ser transportados por aeronaves. Por consequência, cada um dele precisa de alguns cuidados especiais para chegarem ao destino dentro das condições esperadas, por isso, são separados em 3 grupos. São eles:

  • Cargas valiosas: se trata de itens que possuem um alto valor e são de difícil reposição como obras de arte, joias, metais preciosos ou equipamentos eletrônicos. Precisam de uma acomodação especial para evitar danos no transporte
  • Cargas restritas: são as cargas que demandam procedimentos especiais em função da sua natureza, como compostos químicos, isótopos radioativos ou materiais potencialmente explosivos;
  • Cargas urgentes ou perecíveis: produtos que precisam de agilidade na sua entrega, seja por terem uma vida útil curta ou possuírem uma demanda urgente, como o caso de vacinas, alimentos perecíveis ou equipamentos médicos.

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Principais vantagens e desvantagens do transporte aéreo de cargas?

O modal aéreo é muito benéfico para o comércio tanto nacional quanto internacional. Suas principais vantagens são:

  • Agilidade: aeronaves conseguem percorrer grandes distâncias em pouquíssimo tempo, reduzindo drasticamente os prazos de entrega quando comparado a outros modais;
  • Segurança: aviões são, estatisticamente, o meio de transporte mais seguro do mundo, sofrendo pouquíssimos acidentes e, portanto, garantindo a entrega dos itens transportados;
  • Qualidade: possui diferentes formas de acomodação, que permite o transporte mais adequado para cada tipo de item, evitando danos no trajeto.

Por outro lado, nada é perfeito, e o modal aéreo também possui as suas desvantagens:

  • Custo elevado: com altas taxas operacionais, de segurança e manutenção, o transporte por aeronaves se torna um dos mais caros que existem, apesar da sua agilidade e qualidade da entrega;
  • Infraestrutura: aviões dependem da existência de aeroportos e pistas de pouso para que possam aterrissar e realizar a entrega dos produtos;
  • Dependência climática: para garantir a segurança da viagem, o trans porte aéreo se torna extremamente dependente das condições climáticas, com voos podendo ser adiados ou até mesmo cancelado por elas.

Vale ressaltar que apesar de possuir essas problemáticas, outros transportes também possuem dificuldades semelhantes, como o trem que depende da existência de ferrovias, ou navios que também são afetados por questões climáticas.

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Entrevista com Francisco de Assis Santana da Silva

Buscando ter maior compreensão sobre o transporte aéreo, conversamos com o engenheiro Francisco de Assis Santana da Silva. Ele atua como supervisor operacional e coordenador das operações aéreas da IBL Logística.

Veja, a seguir, os pontos que foram levantados pelo especialista em nossa conversa!

As etapas logísticas do transporte aéreo

Silva explica que as etapas logísticas se iniciam nos primeiros contatos comerciais com o cliente. 

“Nesse momento, buscamos entender as necessidades, as particularidades de cada um e do produto durante toda a cadeia de transportes“, explica.

Ele continua, listando algumas das principais fases:

“Feito isso, conseguimos planejar o plano operacional passando pelas seguintes etapas: coleta, recebimento e expedição Cross Docking; emissão de conhecimento de transportes (CTE) e manifesto eletrônico (MDFe); entrega e recebimento da companhia aérea; emissão de conhecimento aéreo (AWB); retirada do produto na ponta e posterior entrega ao destinatário.”

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Silva comenta ainda que, assim que o veículo chega ao aeroporto para fazer os despachos, os volumes são descarregados de forma separada e organizada por destinos, pesados e conferidos pela companhia aérea.

Segundo ele, “Para dar visibilidade do que está chegando, todas as bases de destino recebem os pré-alertas de programação, para se planejar com roteirização das entregas levando em consideração as particularidades de cada cliente destinatário.” 

“Ao se consumar a entrega pelo destinatário, deve-se assinar o canhoto da nota fiscal e CTE com nome e RG legível, data e hora da entrega”, complementa Silva.

O que pode ser transportado pelo transporte aéreo

De acordo com o supervisor da IBL Logística, praticamente todos os tipos de cargas podem ser transportadas por aviões, desde que atendam às exigências da ANAC.

Umas das poucas exceções, segundo o especialista, são produtos explosivos ou com determinados tipos de gases. Tais itens não são autorizados pela ANAC para embarcar em aviões.

Sobre as exigências da ANAC, Silva explica: “Há parâmetros exigidos de forma obrigatória, tais como: peso máximo por volume de até 200 kg e dimensões máxima 120 cm de altura x 140 cm de largura x 160 cm de comprimento para voos domésticos de passageiros. Vale salientar que esses voos tem capacidade média de carga de 2500 kg”.

Ele complementa: “Na área de transportes nacionais temos voos cargueiros na rota Guarulhos x Manaus x Guarulhos. Para esse perfil de aeronave são aceitos volumes de maior dimensão, com altura máxima até 2,20 m e largura de 2,44 m, peso real ocupado na posição aproximadamente de 3,5 toneladas a depender do balanceamento da aeronave. A capacidade de carga total é de 50 toneladas”.

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Principais aplicações do transporte aéreo para o campo logístico

No entender de Silva, os transportes aéreos se tornam necessários quando se precisa de tempo mais curto de entrega para atender a cadeia de suprimentos das regiões mais distantes, como o Norte e o Nordeste.

Sendo assim, o modal aéreo é relevante para atender a demanda dos moradores de municípios desses locais, no que se refere a insumos médicos e farmacêuticos, por exemplo.

Silva também comenta que o transporte aéreo, em algumas situações, também pode ser usado para fazer entregas em outras regiões.

“Vemos que o mercado também busca alternativas mais rápidas para determinados tipos de produtos, por exemplo, embarques de medicamentos perecíveis”, aponta.

“Dentro dessa realidade há possibilidade em optarmos por níveis de categoria de serviço, sendo o serviço mais nobre, aquele que traz o prazo mais curto e, portanto, o mais caro”, sintetiza o representante da IBL Logística.

O transporte aéreo tem papel importante para que as cadeias logísticas possam cumprir entregas emergenciais e em locais mais remotos. Por isso, para quem é da área, entender como ele funciona é importante.

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