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Seca na região Norte impacta o escoamento de exportações

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Luis Fernando Resano, diretor-executivo da ABAC, traz um panorama sobre a situação atual das exportações por cabotagem diante da seca. Confira!

A região Norte do Brasil enfrenta um desafio iminente com a severa estiagem que assola a área. A escassez de chuvas está provocando um impacto significativo no escoamento de exportações pela via fluvial do rio Amazonas. 

Nesse sentido, a Associação Brasileira de Armadores de Cabotagem (ABAC) alerta para uma queda drástica na capacidade de transporte. 

Os indicadores atuais revelam uma diminuição alarmante na vazão do rio, registrando quedas diárias de até 35 cm, muito acima da média histórica para este período, que é de 25 cm. A preocupação cresce à medida que a navegabilidade do Amazonas, fundamental para o transporte de cargas, é comprometida.

Em busca de um entendimento mais aprofundado sobre a situação, falamos com Luis Fernando Resano, diretor-executivo da ABAC. 

Ele nos apresentou um panorama geral e falou sobre as consequências imediatas e as medidas emergenciais necessárias para contornar a crise. Veja abaixo!

Os impactos da seca da região Norte no transporte por meio de cabotagem

Na visão de Resano, a diminuição do calado máximo permitido para a navegação na Enseada do Madeira e na passagem do Tabocal tem impactado diretamente as operações dos navios de cabotagem

Ele afirma que “o calado permitido causa problemas operacionais nos nossos navios por ficar abaixo do limite operacional."

Essas restrições têm forçado as empresas de cabotagem a cancelarem viagens nas últimas semanas, interrompendo o abastecimento de insumos para a Zona Franca de Manaus.

Resano destaca que a população da localidade também está sendo afetada. Em suas palavras: "A região é extremamente dependente do transporte aquaviário. Essa interrupção afeta a entrega de insumos para a Zona Franca de Manaus, mas também toda a sociedade de Manaus e região."

Além disso, de acordo com Resano a situação compromete a saída de produtos fabricados na Zona Franca de Manaus para as regiões Sul e Sudeste do país. 

Esses desafios operacionais refletem a interconexão complexa entre a navegabilidade do rio Amazonas, o transporte por cabotagem e o abastecimento de mercadorias.

Panorama geral dos corredores de cabotagem no período de seca no Norte

O panorama dos corredores de cabotagem durante o período de seca na região Norte revela uma intricada interdependência entre os diferentes fluxos de transporte. 

Resano destaca a desconexão existente na cabotagem entre o Centro-Oeste e a região Norte, uma ligação suprida principalmente pelo transporte fluvial, especialmente para o escoamento de grãos destinados à exportação.

O diretor da ANAC sublinha a conectividade da Zona Franca de Manaus com as regiões Sul, Sudeste e Nordeste, especialmente para produtos como eletrônicos, motocicletas e eletrodomésticos. 

"Tentamos manter as linhas de navegação até o limite da segurança. Ao atingi-lo, fomos obrigados a paralisar e buscamos soluções alternativas, sendo a mais viável o uso de barcaças para levar as cargas de Vila do Conde para Manaus”, relata ele.

Entretanto, essa alternativa não é isenta de desafios, implicando em aumento do tempo de trânsito, custos adicionais, risco de assaltos às cargas e a limitação de barcaças disponíveis, além da capacidade excedida do terminal de Vila do Conde.

Sobre as perspectivas de melhoria na logística de cabotagem na região Norte para minimizar os impactos da seca, Resano destaca a importância da dragagem emergencial para aliviar a situação imediata. Isso permite viagens com menor volume de carga, porém dentro dos limites de segurança. 

Ele enfatiza também a necessidade de planejamento futuro, propondo medidas de atualização da batimetria e dragagens preventivas antes que se atinjam limites críticos.

"É importante que aprendamos e nos planejamos para os próximos anos, adotando medidas de atualização de batimetria e dragagens como necessário antes de atingirmos os limites críticos”, alerta o especialista.

Essas considerações ressaltam a urgência de ações coordenadas e preventivas para garantir a continuidade do transporte de cargas na região Norte diante dos desafios impostos pela seca nos rios e seu impacto na logística de cabotagem.

O tema também foi discutido na Comunidade Intermodal, faça parte! Entre outras opções apresentadas, estão sendo desenvolvidas ações como a carga fracionada. saiba mais sobre essa metodologia em nosso artigo que aborda o tema!

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