As alternativas de energia para o transporte e as perspectivas futuras do setor foram temas de um dos painéis do Interlog Summit, realizado na Intermodal 2023. Participaram do debate os seguintes especialistas:
- Anaia Bandeira: diretora de logística da Riachuelo;
- Bernardo Adão: diretor de suprimentos e sustentabilidade da Ambev;
- Bruno Batista: diretor-executivo da CNT;
- Luiz Vergueiro: diretor de operações logísticas do Mercado Livre; e
- Ramon Alcaraz: CEO e vice-presidente da JSL S.A.
Continue conosco e veja o que os participantes falaram do assunto!
Dificuldades enfrentadas pelo Brasil no segmento de energia para o transporte
Durante seu discurso, Ramon Alcaraz, CEO e vice-presidente da JSL S.A., destacou os desafios enfrentados pelo Brasil em relação às tecnologias de combustíveis alternativos.
Ele mencionou que o País ainda precisa superar obstáculos tecnológicos e econômicos para promover a adoção em larga escala dessas tecnologias.
Alcaraz ressaltou a questão da tecnologia, afirmando que “existem poucos testes no Brasil ou quase nenhum” em relação a tecnologias como o hidrogênio, enquanto o veículo elétrico e o veículo a GNV são as opções mais próximas tecnicamente.
Ele reconheceu que, no passado, os veículos elétricos tinham um custo proibitivamente alto, sendo até sete vezes mais caros do que os veículos a combustão.
No entanto, o especialista destacou que “hoje estamos falando em duas vezes e meia o veículo a combustão”, o que torna a opção elétrica relativamente mais viável, embora ainda haja desafios em relação ao alto investimento inicial e à incerteza sobre a durabilidade das baterias.
A necessidade de inovar para o avanço em novas energias
Bernardo Adão, diretor de suprimentos e sustentabilidade da Ambev, enfatizou a importância da escala e da colaboração no processo de eletrificação e adoção de novas soluções de energia.
Segundo o representante da Ambev: “Na medida em que mais gente entra nessa jornada, mais sentido o veículo faz. Investimentos são pesados, mas se alguém investir na infraestrutura, isso torna o caminho mais leve ao longo do tempo, desenvolvendo mais mercados”.
Adão destacou ainda a necessidade de inovação e de observar novos negócios que surgem a partir dessas transformações, ressaltando: “O ecossistema está em constante mudança e expansão”.
A importância da sustentabilidade no segmento
Luiz Vergueiro, Diretor de Operações Logísticas do Mercado Livre, explicou que a empresa está em busca de soluções dentro de sua estrutura para lidar com os desafios de sustentabilidade.
“Hoje, utilizamos veículos elétricos para a última milha de entrega, pois não existem opções viáveis de veículos elétricos para longas distâncias”, afirmou.
Ele prosseguiu: “Nesses casos, recorremos ao GNV ou ao biometano, que oferecem reduções significativas nas emissões de carbono, economizando 20% e 90%, respectivamente.”
Vergueiro também enfatizou os investimentos realizados pelo Mercado Livre em infraestrutura própria e parcerias para o carregamento dos veículos.
O papel do governo para a adoção de alternativas sustentáveis no transporte
Bruno Batista, diretor-executivo da CNT, enfatizou a importância do papel do governo na aceleração da transição para tecnologias mais sustentáveis.
“Existe um papel fundamental do governo como financiador, indutor do mercado e definidor da política. O Brasil está perdendo o passo nesse aspecto, e é crucial que se defina a política energética para os próximos anos, proporcionando segurança aos investidores e empresários”, declarou o representante da CNT.
Batista ressaltou ainda o risco de o País ficar estagnado em tecnologias obsoletas caso não haja uma definição clara por parte do governo.
Adoção de carros elétricos: o case da Riachuelo
Anaia Bandeira, diretora de logística da Riachuelo, explicou que a empresa adotou carros elétricos para abastecer algumas de suas lojas, mesmo sabendo que financeiramente a conta não fecha.
A responsável pela logística da franquia de moda disse que: “No total, em termos de transporte, temos um ganho de competitividade em relação a 2019, devido aos reajustes constantes no preço do diesel.”
Ele prosseguiu: “Implementamos eficiência energética com novas tecnologias e adotamos uma abordagem de sobriedade energética, reduzindo em 30% o número de rotas de abastecimento e diminuindo em 1 dia e meio o tempo de reabastecimento em comparação ao ano anterior.”
Bandeira também ressaltou que a iniciativa da empresa visa gerar demanda e fazer parte da transição para soluções mais sustentáveis.
Ela destacou: “Precisamos fazer parte dessa mudança. Assumimos o desafio, mesmo com custos mais elevados, porque acreditamos na importância de contribuir para um transporte mais eficiente e sustentável”.
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