Dos impérios comerciais da antiguidade às complexas cadeias de abastecimento modernas, a eficiência logística sempre foi um fator determinante para o crescimento e a sustentabilidade dos negócios em todos os setores.
No entanto, medir o sucesso operacional na logística não é uma tarefa simples. Afinal, como podemos quantificar e avaliar efetivamente o desempenho de um processo tão interconectado?
É aí que entram os indicadores de desempenho, ferramentas essenciais para monitorar, analisar e melhorar as operações logísticas.
Para falar sobre este assunto, conversamos com Ângelo Vicente, Engenheiro de Produção e fundador e CEO da Selia powered by Luft.
Continue acompanhando este artigo para saber mais!
Indicadores de performance na logística: o que são e qual é a sua importância para o sucesso das operações logísticas?
Ângelo Vicente inicia a entrevista explicando que os Indicadores de Performance Logística, ou Key Performance Indicators (KPIs), são métricas vitais que servem para avaliar a eficiência e a eficácia das operações.
“Eles fornecem insights críticos sobre diversos aspectos, como custos, tempo de entrega, precisão no atendimento de pedidos e satisfação do cliente”, explica.
“São essenciais para o sucesso das operações, pois permitem às empresas medir seu desempenho contra objetivos estabelecidos e benchmarks do setor, identificar áreas de melhoria e alinhar as operações logísticas com a estratégia geral de negócios”, complementa Vicente.
Os principais tipos de indicadores de performance usados na logística e como eles influenciam o desempenho do setor
Sobre os indicadores de performance utilizados na logística, Ângelo Vicente destaca os considerados principais por ele:
- OTIF (On-Time In-Full): segundo Vicente, refere-se à porcentagem de pedidos entregues no prazo e completos. Um OTIF alto indica alta eficiência e satisfação do cliente;
- Taxa de Devolução ou Triagem Reversa: mede a eficiência em processar itens retornados e reintegrá-los ao estoque disponível rapidamente;
- Performance das Transportadoras: avalia a capacidade das transportadoras de entregar pedidos dentro do nível de serviço acordado, muitas vezes com um alvo acima de 98%.
Como os indicadores de performance são implementados e usados de forma eficaz para melhorar as operações logísticas?
O especialista destaca que a implementação eficaz de KPIs, muitas vezes, começa com experimentações piloto para assegurar que as métricas escolhidas estejam alinhadas com os objetivos estratégicos da empresa.
Ele cita o exemplo da Selia, empresa da qual é fundador e CEO:
“A Selia, uma empresa de full commerce, pode se concentrar em KPIs que abrangem todo o ciclo do pedido para otimizar a eficiência da cadeia de suprimentos”, exemplifica.
“O sucesso vem da integração desses indicadores com sistemas de gestão e da promoção da visibilidade e comunicação entre departamentos, muitas vezes apoiada pela automação e tecnologia”, destaca ele.
As tecnologias e ferramentas mais eficientes para monitorar e analisar os indicadores de performance na logística
Vicente cita ainda 4 tecnologias que são consideradas por ele as mais eficientes para monitorar e analisar os Indicadores de Performance Logística. São elas:
- OMS (Order Management System): prioriza demandas e gerencia as regras de negócios para o atendimento de pedidos;
- ERP (Enterprise Resource Planning): lida com o faturamento e a gestão financeira dos canais de venda;
- WMS (Warehouse Management System): assegura a precisão do inventário e a prontidão dos itens para envio;
- TMS (Transportation Management System): monitora e gerencia a entrega dos pedidos, garantindo a pontualidade.
“Estas ferramentas ajudam a melhorar a eficiência logística ao fornecer dados em tempo real, aumentar a visibilidade em toda a cadeia de suprimentos e permitir a automação de tarefas repetitivas”, pontua Vicente.
Como os indicadores influenciam a tomada de decisão e o planejamento estratégico dentro das operações logísticas?
Conforme o fundador e CEO da Selia powered by Luft nos conta, os KPIs logísticos “informam decisões estratégicas ao destacar tendências, identificar gargalos e fornecer uma base para simulações de cenários”. Vicente cita um exemplo:
“Uma taxa de OTIF em declínio pode indicar a necessidade de rever parceiros de transporte ou processos internos, enquanto um alto volume de devoluções pode sinalizar problemas de qualidade ou de satisfação do cliente, levando a revisões no controle de qualidade ou na política de devoluções”, afirma ele.
LEIA MAIS