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Logística portuária: o papel transformador de tecnologias emergentes

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Diretor da Wilson Sons, Eduardo Valença diz que Brasil e América Latina vivem a “maior revolução tecnológica já vista no setor marítimo e portuário”. Entenda!

A logística portuária, essência vital para a movimentação global de mercadorias, passa por uma fase de metamorfose impulsionada pela ascensão de tecnologias em desenvolvimento.

Em um cenário onde as cadeias de suprimentos se tornam cada vez mais complexas e interconectadas, a eficiência nos portos torna-se crucial. 

Para conversar sobre a temática, entrevistamos Eduardo Valença, diretor de Transformação Digital da Wilson Sons. 

Acompanhe este artigo para se atualizar sobre este tema!

IA, IoT e Big Data: como essas tecnologias emergentes estão sendo aplicadas nos portos para melhorar a eficiência logística?

Na opinião de Eduardo Valença, com base em estudos inéditos realizados pela Wilson Sons, as novas tecnologias vêm oferecendo soluções que estão tornando ainda mais eficientes e sustentáveis as operações do setor marítimo e portuário.

“Sobre tecnologias, a Inteligência Artificial (IA) vem sendo adotada no posicionamento de contêineres, otimizando a operação portuária e gerando ganhos de eficiência”, exemplifica ele.

Valença continua, observando que “o Big Data é utilizado em manutenção preditiva, otimização de rotas e automatização de operações”, enquanto os “algoritmos de Machine Learning, um subconjunto da IA, estão sendo utilizados para estimar o consumo de combustível, um custo muito relevante para operações marítimas.”

O impacto da tecnologia nos processos portuários para o aumento da eficiência operacional e redução de custos

Falando especificamente sobre o estudo desenvolvido pela Wilson Sons - que analisou 528 startups do setor marítimo e portuário no mundo  - Valença explica que foram mapeadas 64 startups que trabalham especificamente com soluções relacionadas à gestão e operações de áreas portuárias.

Para falar sobre os principais impactos dessas tecnologias nos processos portuários, ele cita o exemplo da DockTech. 

“Ela vem mapeando e armazenando dados batimétricos (medição de profundidade) dos portos brasileiros para entender o comportamento do leito marítimo e identificar como seus padrões podem afetar as condições de navegação e dragagem”, explica.

“A implementação da solução da DockTech nos portos garante uma navegação mais segura e uma melhor alocação de recursos, melhorando a eficiência geral da cadeia de suprimentos marítimos”, complementa nosso entrevistado.

Exemplos concretos de como a IA, IoT e Big Data foram implementadas com sucesso em operações portuárias

Quando questionado sobre um exemplo concreto da utilização de tecnologias emergentes em suas operações, Eduardo Valença cita o Porto do Açu, localizado ao norte do estado do Rio de Janeiro.

Conforme o entrevistado, esse é o único porto-indústria privado do Brasil e um dos maiores complexos de infraestrutura do país. Ele iniciou suas operações em 2014 como uma solução logística eficiente para alavancar a competitividade brasileira.

“O Porto do Açu hoje utiliza diversos sistemas que geram dados e informações úteis para melhorias na operação, como PMIS (Port Management Information System), VTS (Vessel Traffic Service), sistema de calado dinâmico, sistema de disponibilização de dados meteoceanográficos, geração de previsões”, cita Valença.

O entrevistado também relata a experiência da Wilson Sons. Em 2023, segundo Valença nos informa, a Central de Operações de Rebocadores (COR) implementou um novo sistema operacional de gestão de frota, desenvolvido em parceria com a startup Argonáutica.

“Com foco na eficiência e na redução de emissão de CO2, o novo sistema, chamado ArTeMIS (Argonáutica’s Traffic Management Information System), faz o monitoramento em tempo real da frota de 81 rebocadores de nossa companhia, distribuídos ao longo da costa brasileira”, resume.

Ele observa ainda que o ArTeMIS “nasceu para aprimorar a segurança da navegação da frota de embarcações, possibilitando economizar combustível e mitigar o risco de acidentes ao utilizar áreas mais adequadas ao tráfego marítimo”. 

“Além disso, sua integração com fontes externas de dados proporciona o monitoramento das condições meteorológicas hiperlocais, como maré, corrente e vento, e o entendimento de como essas variáveis afetam a navegação, produtividade e segurança das operações de rebocadores”, observa Valença.

Os desafios para implementar tais tecnologias nos portos, e como superá-los para uma adoção mais ampla e eficaz

Para Eduardo Valença, vivemos, atualmente, a maior revolução tecnológica já vista no setor marítimo e portuário, não apenas no Brasil, mas em toda a América Latina.

Entretanto, ele aponta que existem importantes desafios a serem vencidos para a atração e o desenvolvimento das tecnologias. 

“Primeiro, precisamos ter recursos e investimentos adequados para um setor como o portuário, que demanda muito hardware”, diz nosso convidado.

“Outro desafio é atrair empresas e empreendedores como os que estão levando novas tecnologias, por exemplo, para o agronegócio”, continua.

Ainda segundo o representante da Wilson Sons, é preciso que o setor invista no fomento de suas equipes, gerando uma cadeia de colaboradores que siga crescendo dentro das organizações e trazendo cada vez mais expertise aos portos.

“Também é preciso investir na busca e desenvolvimento de talentos dentro das corporações e médias empresas, com cultura tradicional do setor portuário, para empreender e criar soluções usando tecnologia”, exemplifica.

Valença diz ainda que um quarto desafio é a necessidade de uma mudança cultural e entendimento das grandes empresas do setor sobre a importância do investimento na busca global de soluções de startups e outras empresas de base tecnológica. 

A evolução da logística portuária baseada no avanço contínuo das tecnologias emergentes

Maior operador de logística portuária e marítima do mercado brasileiro, a Wilson Sons é uma das empresas do setor que têm investido nessas atualizações de processos. A nosso pedido, Valença revelou mais sobre esse movimento:

“Há mais de quatro anos estamos analisando e mapeando constantemente as startups de nosso setor e, com isso, entendendo com detalhes quais soluções vêm sendo desenvolvidas e trabalhadas em nosso segmento”, conta.

A partir dessa análise, o entrevistado cita quatro principais tendências do setor: 

  • Proliferação de shiptechs (startups do setor) com soluções integradas;
  • Descarbonização;
  • Compartilhamento de dados para melhorar a integração entre os stakeholders;
  • Operações autônomas e remotas. 

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