Com o avanço da chamada Logística 4.0 e o uso cada vez mais frequente das novas tecnologias no segmento, a logística tem apostado cada vez mais em sua modernização.
Após a virada do ano, profissionais da área buscam prever quais serão as tendências que estarão em voga para 2022.
Para saber mais do tema, conversamos com Mário Rodrigues, CEO da Frete Rápido, empresa especializada na aplicação de tecnologia para a logística.
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Quais são as principais tendências tecnológicas da logística para 2022?
A pergunta que abre nosso artigo é aquela que todos querem saber. Quais serão, afinal, as principais tendências tecnológicas que irão guiar o segmento logístico no ciclo que se inicia? Para Rodrigues, há alguns pontos evidentes neste sentido:
“Rastreio em tempo real permitindo acompanhar todo o trajeto durante o last mile, não apenas em foods, mas em todo tipo de produto. Interagir com o entregador e realizar eventuais mudanças do endereço de entrega”, aponta ele.
Centro de distribuição e armazém inteligente seguirão como pontos chave desse processo
Nos últimos anos temos ouvido muito sobre como transformar os centros de distribuição (CDs) e armazéns logísticos de forma inteligente, ou smart. Através deste movimento, as empresas buscam transformar esses espaços de forma mais eficiente com o uso da tecnologia.
Uso de inovações como Internet das Coisas (IoT), Inteligência Artificial (IA), Machine Learning e maior conectividade estão em pauta neste sentido, assim como as melhorias destas e de outras tecnologias com a iminente implantação do 5G.
Para Rodrigues, “Quanto mais origens um e-commerce tiver, mais last mile suas entregas serão”. Ou seja: apostando mais em soluções tecnológicas que otimizem o processo de distribuição desde o começo, a tendência de ver melhores resultados no final é concreta.
Sistemas de automação, como WMS e TMS, também seguirão em alta
Outro ponto importante para o avanço tecnológico da logística está no uso de sistemas de automação.
Conhecidos como TMS (Transportation Management System), ou Sistema de Gerenciamento de Transportes; e WMS (Warehouse Management System), também chamado de Sistema de Gerenciamento de Armazéns; eles têm sido cada vez mais utilizados no setor.
Para o CEO da Frete Rápido, o avanço deles seguirá em alta “na mesma proporção, pois os WMS serão responsáveis por administrar os CDs e/ou dark store, e os TMS por sua vez farão toda conexão dos processos logísticos e last mile.”
Uso de Big Data e Inteligência Artificial na logística
Palavras “da moda” nos últimos tempos, o Big Data, ou análise e uso de dados em grande escala, e a Inteligência Artificial (IA), também estão ganhando cada vez mais espaço na logística nos últimos tempos.
Isso porque, com o primeiro, o setor poderá verificar como as entregas estão sendo realizadas, identificando eventuais gargalos e pontos de melhoria, o que auxiliará na redução de custos e tempo de identificação de problemas.
Já no caso da IA, o uso de máquinas inteligentes que automatizam processos de distribuição também já é uma realidade, e muitas grandes empresas têm investido nesta solução.
Porém, segundo Mário Rodrigues, essas tecnologias ainda devem levar mais um tempo para decolar de forma completa.
Para ele, elas “Ainda não serão utilizadas em massa, deixando seu papel para 2023 a 2025. A IA ainda tem que amadurecer bastante sua modelagem para ter um papel determinante”, analisa.
O que deve mudar em geolocalização e rastreamento, e como o 5G e a Internet das Coisas (IoT) afetarão a logística em 2022?
A geolocalização também tem sido ponto importante para o segmento, já que, através da tecnologia, é possível acompanhar em tempo real a entrega, oferecendo um panorama muito mais eficiente para os clientes.
Segundo Rodrigues, “O Real Time vai mudar a forma como as pessoas recebem seus produtos.”
Já sobre o 5G, cujo leilão da exploração da quinta geração de conectividade se deu no Brasil recentemente, também há grandes expectativas.
Isso porque ela será até 100 vezes mais rápida que o 4G, trazendo benefícios que poderão ser aplicados no supply chain, melhorando, por exemplo, o uso de dispositivos em centros de distribuição que utilizam-se da Internet das Coisas, a IoT.
Para Rodrigues, esses avanços “Irão prover mais velocidades aos processos de last mile, e até mesmo permitirão automações nessas etapas.”
Ainda de acordo com ele, “Ao ponto dos produtos atualizarem status dos pedidos pelo simples fato de entrarem e/ou saírem do baú, reduzindo interações e rotinas manuais.”
Sustentabilidade segue como pauta de extrema importância no setor
Por fim, não podemos deixar de citar a questão da sustentabilidade. Como visto no recente evento da COP 26, que reuniu lideranças de todo o mundo em busca de soluções para amenizar os impactos ao meio ambiente, o tema é irreversível e de grande importância.
Como uma área que se utiliza majoritariamente de meios de transporte, a logística também tem buscado se aperfeiçoar neste sentido, com cada vez mais agentes do setor investindo em soluções como veículos elétricos, distribuição compartilhada e intermodalidade, entre outros.
Para Rodrigues, os “Modais elétricos retomam como tendência, pois o fato de multi CDs e dark stores espalhadas farão com que os deslocamentos sejam menores, o que favorecerá a baixa autonomia desses veículos.”
Como vimos, há uma série de tendências que podem ditar os rumos da logística em 2022, mas elas não são as únicas. Estar de olho nas discussões e novidades do setor é essencial.
Por isso, siga ligado em nosso canal digital e nos eventos da Intermodal para acompanhar as principais pautas do gênero e as inovações que estão mudando a forma como a logística opera.