Levando em conta a abrangência territorial e a disposição geográfica do Brasil, as ferrovias apresentam grande potencial integrador por sua alta capacidade de movimentar cargas por médias e longas distâncias.
Com o crescimento e a consolidação do agronegócio e do segmento de commodities, no Brasil, cresce a necessidade de um projeto de escoamento de carga com maior viabilidade de custo por quilômetro transportado.
O uso das ferrovias brasileiras, portanto, é uma alternativa das mais interessantes, tendo em vista que contribuem para as entregas serem feitas com mais agilidade e otimização de custos.
Mas, você sabe quais são as principais delas? Rubia Maria Arias, coordenadora da graduação de Tecnologia em Logística e Processos Gerenciais, do Centro Universitário Senac Santo Amaro, falou conosco sobre elas. Veja mais abaixo!
A importância estratégica das ferrovias brasileiras
Antes de listarmos as principais ferrovias brasileiras, é interessante refletirmos sobre a importância estratégica que elas têm na logística nacional.
Arias explica: “O modelo de transporte ferroviário tem um dos melhores indicadores ecoeficientes (menor emissão de poluentes).”
“Além disso, promove excelente performance em capacidade de carga e, consequentemente, em proporcionar bons preços na composição das mercadorias, permitindo uma boa penetração nos mercados, nacional e internacional”, completa.
A professora acredita, portanto, que as ferrovias são importantes do ponto de vista estratégico para vários setores relevantes da economia brasileira, tais como o agronegócio e a mineração.
Conheça as principais ferrovias brasileiras
Pedimos a Arias que comentasse sobre as características das principais ferrovias brasileiras. Veja as informações trazidas pela especialista!
Ferrovia Norte-Sul
“É considerada a espinha dorsal da logística do país. Foi concebida sob o propósito de ampliar e integrar o sistema ferroviário brasileiro. Em fase de expansão, quando concluída, terá a extensão de 4.155,6 km, percorrendo os estados do Pará, Maranhão, Tocantins, Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul”.
Ferrovia de Integração Oeste-Leste (FIOL)
“A Ferrovia de Integração Oeste-Leste (FIOL) é capaz de atender as necessidades das regiões produtoras de minério de ferro de Caetité e Tanhaçu, no Sul do Estado da Bahia, bem como as produtoras de grãos no Oeste da Bahia e no Sudeste do Tocantins”, diz ela.
“É uma alternativa de transporte econômico, eficaz e seguro, com pouco impacto ambiental. Terá 1.527 quilômetros de extensão quando finalizado o projeto de conclusão”, comenta a professora.
Transnordestina
“A Transnordestina liga o Estado do Piauí aos portos de Suape (Pernambuco) e Pecém (Ceará). Com um total de 1.728 km, a ferrovia irá otimizar o transporte de cargas no Nordeste, sendo considerada um dos principais projetos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC)”.
Tendências e projetos envolvendo as ferrovias brasileiras
De acordo com Arias, as tendências para o setor ferroviário têm explorado as fontes energéticas diversificadas, que permitam uma gestão mais sustentável e com a transformação digital como inovação.
“Estão sendo desenvolvidos modelos que permitem a integração de hardwares e softwares para obtenção da melhor performance e resultados mais expressivos. O Governo Federal, por exemplo, pretende ampliar investimentos privados”, analisa.
“Segundo a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), há uma projeção de seis novos Projetos Ferroviários”, pontua a professora.
Entre os projetos citados por Airas está a Nova Ferroeste. Conheça mais sobre ela em nosso artigo!
