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Minutos Corporativos com Murilo Namura, Executivo da Pitney Bowes

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Em nosso oitavo episódio recebemos Murilo Namura, Executivo de Vendas da Pitney Bowes Brasil, para um bate-papo repleto de dicas e informações. Saiba mais!

O Minutos Corporativos recebe Murilo Namura, Executivo de Vendas da Pitney Bowes, fornecedora líder em soluções e tecnologias para entregas de encomendas e pacotes. 

Murilo vai nos contar como as empresas de last mile tiveram que se adaptar ao mercado de e-commerce durante a pandemia.

Intermodal: Como é fazer parte de uma das principais fornecedoras globais de tecnologias para o envio de pacotes e encomendas, com mais de 750 mil empresas atendidas no mundo?

Murilo Namura: “É um desafio diário. Antes eu posso falar um pouco da Pitney Bowes. Hoje somos uma empresa global de tecnologia que fornece soluções para o comércio eletrônico, movimentando bilhões de transações diariamente.

Temos clientes em todo o mundo, e hoje 90% dos que estão na lista das 500 maiores fortunas são clientes da Pitney Bowes. Então dentre as soluções que fornecemos aos nossos clientes estão as máquinas de franquias digitais. Somos hoje os únicos homologados pelos Correios para fornecer tais máquinas. 

Outra linha de produtos nossos é a de máquinas de pesagem e cubagem mais focadas em transportadoras e embarcadoras, que leem os códigos de barras, pesam os produtos, também são feitas por nós. 

A parte de sortagem e classificação de encomendas também faz parte de nosso combo, assim como a de soluções para o gerenciamento de entrega de objetos, que caem em uma unidade de serviços que oferecemos, onde temos tanto o software de trackeamento de correspondências, volumes, malotes, e estamos dentro de grandes empresas não somente na parte de entregas, mas também fazendo todo esse rastreamento. 

Para nós é um grande desafio pois todos os dias nossos clientes esperam o melhor de nós, e que a empresa se reinventa todos os dias, que traga novas soluções para o que eles possam precisar a partir do próximo ano, por exemplo. Então temos sempre que fornecer o melhor em tecnologia e relacionamento para nossos clientes, e tentar nos superar a cada projeto.

Acho que esse foi um dos pilares que fez com que a Pitney completasse no ano passado seus cem anos, e é um privilégio fazer parte de uma empresa centenária. A gente sabe o quão competitivo e difícil é o mercado de tecnologia.”

Intermodal: A Pitney Bowes atua no Brasil desde 2005 com a missão de ajudar os clientes a navegarem no mundo do comércio. Como é feito esse trabalho?

Murilo Namura: “O nosso trabalho se iniciou no Brasil com as máquinas de franquia nos Correios, e foi o precursor da Pitney aqui. Depois viemos com toda a linha de equipamento que falamos, e hoje estamos mais focados na consultoria e fornecimento de soluções de tecnologia para intralogística e logística, e também em business service.

Nosso grande trabalho é logicamente atender nossos clientes com qualidade e satisfação, e prover o máximo de tecnologia possível para facilitar a vida deles no dia a dia. Então estamos hoje tanto em empresas no embarque, no marketplace, quanto no transporte, fornecendo sempre soluções mais customizadas possíveis para cada cliente. 

As soluções da Pitney Bowes partem de uma base, mas sempre tem uma customização final para atender aquela experiência, que vamos somando com o que o cliente necessita, tentando agregar e trazer o melhor produto possível. Esse é o nosso grande desafio.”

Intermodal: Quais são as principais inovações e soluções oferecidas pela empresa neste aspecto, e quais são as vantagens competitivas delas?

Murilo Namura: “Hoje um cliente muito importante para nós faz a parte de correspondências, cartas e envelopes, mas sabemos que esse produto, com a tendência no mundo todo de arquivos digitais, é de que isso venha diminuir ano a ano em uma escala que ainda não sabemos quanto.

Então a Pitney resolveu investir na parte de intralogística, onde entram as balanças, leituras de códigos de barras, cubagem e sortagem, e claro, softwares de trackeamento, serviços em que podemos gerir documentos de área jurídica, e assim vai. Então na área logística, o que nosso equipamento pode trazer de benefícios? 

Posso citar que antes da pandemia, uma transportadora entregar um produto em três ou quatro dias era aceitável. Você comprava um produto e podia esperar. Hoje, o embarcador manda para uma transportadora de last mile e quer que entregue em meio dia, então temos essa necessidade. 

E o melhor de tudo é que muitas vezes com frete grátis. Então para se ter o frete grátis e o dia um, é preciso ter tecnologia, pois o que demora na entrega é justamente a classificação e o manuseio da mercadoria. Então nossas máquinas vêm para dentro da empresa de last mile ou de marketplace para trazer agilidade no manuseio, então o que era manuseado em 12 ou 16 horas de trabalho, ao passar por uma máquina nossa, é manuseado em alguns minutos.

Então em geral ela entra na máquina e pouco depois já está pronta para ser embarcada na doca ou na referência que ele tiver de triagem. Então ela traz essa confiabilidade, já que ao manusear de forma manual está sujeito a erros. 

Traz também a proteção de receita, pois quando você agrega uma máquina de pesagem e de cubagem tanto no embarque quanto no transporte, ambos se protegem. Um tem certeza de que vai embarcar um volume X e pagar por ele, e o outro de que está recebendo o volume Y e pagar por ele. Essa é a proteção de receitas dos dois lados, algo que os Correios já tem há alguns anos, e agora isso está sendo trazido também para os embarcadores e transportadoras tradicionais.

A a escalabilidade de produção, de que com o mesmo equipamento e número de pessoas você pode passar da produção de 10 mil volumes por dia para 30 ou 40 mil volumes por dia, sem mudar nada ou precisar inserir mais mão de obra ou processos. Então existe essa possibilidade da variação na escala de produção sem gerar stress. Você pode rodar normalmente de manhã e de tarde como um nível de Black Friday.

Com essa abertura do marketplace, onde todos podem ser vendedores e compradores, você compra por um grande portal mas quem está te fornecendo não vai sair do CD de um grande portal, mas sim de um seller, e o portal vai retirar na casa deste seller, trazer para o centro de distribuição - e hoje há uma grande tendência de que os CDs são descentralizados, para ganha agilidade.

Então ao invés do produtor vir de Belo Horizonte até São Paulo para voltar a Rio Claro, ele já tem um mini hub no meio do caminho que faz um cross docking certo para ganhar esses dois ou três dias. 

Hoje as grandes empresas transportadoras de last mile acabam concorrendo também com empresas de moto, que retiram no ponto A e já entregam no B, sem passar por um centro de distribuição. E esse também é um negócio que cresce muito, e é um concorrente da empresa de last mile.”

Intermodal: Na sua opinião, como as empresas de last mile tiveram que se adaptar a este novo momento, e quais estratégias foram aplicadas?

Murilo Namura: “Eu separei alguns dados que acho importante contextualizar. Comparando o primeiro trimestre de 2020 com o de 2021, houve um crescimento de 57% no número de pedidos e um crescimento de valores de 72%, ou seja, os pedidos também foram maiores do que os anteriores.

Então como as empresas tiveram que se preparar? Algumas delas, especialmente as de last mile, já estavam acostumadas a trabalhar com números grandes, mas se preparando sempre para a Black Friday e operações de fim de ano, onde os números triplicavam, com a pandemia esses números passaram a ser diários.

Alguns dos nossos clientes já tinham máquinas instaladas, e se preparam tanto para ampliar o uso dessas máquinas, alguns mudando de galpão para espaços maiores, pois não tinham mais área para gerar tudo aquilo. 

Pois não adianta você ter a tecnologia sem ter o espaço para gerir tudo, tanto tecnicamente quanto na parte civil. Muitas rodavam em galpões de três ou quatro mil metros quadrados e hoje passaram para espaços de doze ou quatorze mil metros quadrados, além da tecnologia também, onde houve investimento.

E também tivemos muitos clientes novos que, no meio daquele tiroteio onde tudo começou na pandemia, passaram a descentralizar as operações, criar novos hubs dentro da mesma cidade, então esses foram grandes investimentos. 

A maioria correu atrás de tecnologia, tanto na parte de pesagem, quanto para proteger a receita, saber o que está sendo cobrado, se está tudo certo, e a classificação. Foi uma corrida da tecnologia sem fim. Nós fizemos tanta coisa em 12 meses que foi como se tivessem se passado cinco anos.”

Intermodal: Como as soluções da Pitney Bowes colaboram com este cenário? O quanto as tecnologias impactam o mercado de e-commerce nacional?

Murilo Namura: “Como eu citei anteriormente, hoje nossa tecnologia está diretamente interligada à eficiência da entrega. Isso entra muito na parte da intralogística. 

Pegando o exemplo de alguns clientes nossos, se a máquina passar por um problema de comunicação, que é muito raro de acontecer, mas se ela parar por quinze minutos, já gera uma crise. 

Hoje muitas vezes as empresas têm um, dois ou três equipamentos no mesmo hub, pois nosso equipamento é diretamente ligado à entrega. 

Então estamos atrelados à confiabilidade da triagem, de não mandar objetos para o local errado, na redução de custos, já que você consegue ter escalabilidade na produção sem aumentar o custo, e a proteção da receita. 

Então estamos diretamente no processo produtivo do cliente. Para um flier de um livro, por exemplo, chegar na casa de alguém, ele passa por tantas etapas que se todos tivessem noção, um atraso seria até compreensível [risos].

Estamos falando da tecnologia dentro do CD, mas quando vai para fora, da logística em si, temos o caminhão, o carro, a moto, o humano que está fazendo o trabalho, o trânsito, a chuva. E aí você tem vários fatores que podem influenciar. 

Então, enquanto a gente puder ajudar para que o material fique o menor tempo possível do CD, para que ganhe nisso mesmo que perca nos fatores externos, você melhora a média. Temos hoje por exemplo entregas no mesmo dia, está uma verdadeira corrida para as entregas.”

Intermodal: Este cenário de expansão do comércio eletrônico no país é temporário ou uma tendência que vai permanecer após a pandemia?

Murilo Namura: “É realmente difícil de prever. Hoje o mercado não acredita em grandes quedas. Quando houve a decisão dos investimentos em 2020 também houve a interrogação, se compravam ou não a tecnologia. E essa mesma decisão está agora, se vai cair ou não.

No início de 2021 havia uma expectativa de que haveria talvez uma pequena queda, mas com as variações da pandemia, permaneceu no mesmo ritmo, com um crescimento até acelerado. Existe a perspectiva de uma pequena queda, mas acreditamos que não irá mais retornar aos números iniciais.

O comércio vai abrir, muitas coisas as pessoas voltarão a ter a facilidade de pegar na hora, mas os novos entrantes, pessoas que nunca entraram e estão começando no comércio eletrônico, pessoas de idade mais elevada, que desconfiavam do processo e da confiabilidade, hoje já não tem mais.

Hoje vemos relatos de familiares, amigos, reportagens, de que senhores e senhoras mais idosas já aprenderam, viram que dá certo, e estão comprando online. As tecnologias bancárias trouxeram mais confiabilidade também, os cartões virtuais para fazer compra, que era um empecilho, houve toda uma revolução, e acreditamos que a tendência deve se manter.

Lógico que em algum momento os investimentos devem se estabilizar. O Brasil e a América Latina ainda está um pouco mais atrasada em relação aos EUA e países europeus na questão de tecnologia e logística, mas cremos que ainda tem muita piscina para nadar, e é um caminho sem volta.

Os próprios funcionários também vão procurar empresas onde possam aprender e trabalhar com tecnologia.”

Intermodal: Se você pudesse conversar com alguém no âmbito pessoal ou profissional, com quem seria?

Murilo Namura: “Eu acho que tem vários nomes importantes, nomes globais, mas podemos ficar dentro de casa para valorizar nosso capital humano brasileiro.

Hoje eu acho que sem dúvidas uma das grandes personalidades brasileiras que eu gostaria de ter uma daquelas conversas abertas, tomar um café, com certeza seria a Luiza Trajano, uma das grandes empreendedoras brasileiras, por sua história, determinação, exemplo de liderança, ela é hoje uma das grandes referências.

Nós tivemos a oportunidade de ela falar para nós no Dia da Mulher, foi sensacional o bate-papo com ela, e se eu pudesse escutar mais, com certeza aproveitaria.

Foi uma palestra para o grupo todo da Pitney Bowes, então algumas pessoas fizeram algumas perguntas, mas ela é uma pessoa que a história que ela conta, as lições que ela te dá, você pode ficar horas conversando e vê que ela tem uma senioridade fora do padrão, absurda.”

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