A inovação tecnológica tem remodelado o setor de infraestrutura, inclusive de transportes, introduzindo novas maneiras de conceber, planejar e executar grandes projetos.

Entre as ferramentas mais revolucionárias nesse processo, o Building Information Modeling (BIM) se destaca como uma solução poderosa para transformar a abordagem tradicional de desenvolvimento de infraestruturas de transportes.

O BIM permite a criação de modelos digitais tridimensionais altamente detalhados, que integram informações sobre cada fase do projeto, desde o design até a operação e manutenção.

Recentemente, Vinícius Martins, professor de Building Information Modeling (BIM) em projeto de Obras de Arte Especiais (OAE) da IPOS Especialização participou de um evento técnico da instituição no YouTube para falar sobre o assunto.

Continue conosco e confira os principais tópicos abordados durante a explanação!

BIM e a infraestrutura de transportes

Durante a conversa inicial de abertura da live, o professor Vinícius Martins explicou de forma clara e sucinta todos os benefícios do BIM para os projetos de infraestrutura de transportes.

“Por meio do BIM, hoje, a gente consegue trabalhar desde os estudos da viabilidade até a entrega dos projetos executivos, planejamento e estamos caminhando para trabalhar também com a gestão de ativos de uma forma mais efetiva até o controle com Digital Twins da infraestrutura dos ativos construídos”, destaca.

Segundo ele, quando falamos de BIM não estamos abordando apenas tecnologias.

“BIM envolve políticas, processos e procedimentos. Nesse ponto nós também poderíamos incluir as pessoas”, complementa.

Conforme a explicação de Martins, podemos dizer que:

  • Políticas são as diretrizes que orientam uma organização e seus processos;
  • Processos são um conjunto de atividades relacionadas que transforma entradas em resultados;
  • E procedimentos são etapas detalhadas que descrevem como uma fase do processo será realizada.

“Quando a gente trabalha com BIM, estamos falando de gerenciamento de informações. Porém, muitas pessoas têm dúvidas sobre o que seriam essas informações”, detalha o especialista.

Ele explica que existem 3 elementos fundamentais dos modelos BIM:

  1. O modelo geométrico com informações gráficas;
  2. As especificações e referências técnicas com informações não-geométricas;
  3. E a documentação.

“O foco é a informação e a padronização. É a gente conseguir gerenciar os dados para termos a padronização e produzirmos melhores resultados”, diz.

Fluxos de trabalho

Já sobre os fluxos de trabalho, o professor os divide em 3 fases: estudos, projetos e gestão:

  1. Estudos: econômicos, geológicos, geotécnicos, hidrológicos e topográficos;
  2. Projetos: geométrico, terraplenagem, drenagem, pavimentação, sinalização, segurança viária, estruturais, geotécnicos, paisagismo e obras complementares
  3. Gestão: coordenação, compatibilização, quantificação, planejamento de obras e orçamentação

“Então dividindo nessa estrutura lógica, a gente consegue compreender onde, por exemplo, iremos aplicar alguns softwares, como a gente vai estruturar toda a cadeia produtiva para produzirmos os nossos modelos e documentos em BIM”, observa. 

Disciplinas de projetos de infraestrutura

O professor Vinícius Martins destacou, durante a apresentação, algumas das principais matérias de projetos de infraestrutura. Entre elas, ele citou:

  • Estudos Geológico e Geotécnicos em BIM: trabalho com modelagem tridimensional, análise de solo, cadastro das sondagens, perfil geológico e geotécnico;
  • Captura de Realidade: uso de drones e scanner para aerolevantamento;
  • Projeto Geométrico e de Terraplenagem: modelagem de corredores de projeto;
  • Projeto de Drenagem: para inserir informações relevantes e extrair quantitativos.

Aplicações

Nas aplicações práticas do BIM, Martins ressaltou o Contorno Rodoviário de Florianópolis, inaugurado em agosto de 2024. São 50 quilômetros de pista dupla, 5 pontes, 6 trevos, 2 viadutos, 4 túneis duplos e 20 passagens em desnível.

“É um projeto muito grande desenvolvido no Brasil onde foi trabalhando com processos BIM, modelagem e otimização de projeto, prevendo problemas que poderiam ocorrer na fase da obra”, lembra.

Além do Contorno Rodoviário de Florianópolis, Martins ressalta que o BIM é utilizado amplamente na coordenação de projetos viários, topografia, projetos ferroviários e também aeroportuários.

Integração BIM-GIS

Entre as explicações, Martins enfatizou que o BIM é um conjunto de tecnologias e processos integrados, um trabalho colaborativo com uma gestão de informações construtivas.

Mas também existe o GIS – Geographic Information Systems.

“Este sistema processa dados gráficos e não gráficos (alfanuméricos) com ênfase nas análises espaciais e modelagem de superfícies”, explica.

Neste caso, a integração BIM-GIS refere-se à combinação das tecnologias de Building Information Modeling e Geographic Information Systems, criando um ambiente colaborativo que aproveita o melhor de ambos os mundos.

Interoperabilidade e colaboração

Quando falamos em interoperabilidade e colaboração logo vem à mente a capacidade de troca de dados entre diferentes aplicações, não é mesmo? Contudo, Martins ressalta que o termo vai além: 

“Interoperabilidade não é simplesmente sinônimo de abertura, porque nós podemos ter interoperabilidade entre softwares de mesmos proprietários”.

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